Secrets of a CEO. Capitulo 53

Estou caminhando em um lugar escuro, nao sei aonde estou, só escuto algumas vezes. É muito assustador e sombrio, a sensaçao de estar sendo seguida, a falta de ar... tudo é horrivel! Chego em uma sala e me deparo com o Cristian deitado em uma cama, ele esta todo machucado, tento me aproximar, mas nao consigo. Há uma sombra parada ao lado dele, eu nao consigo ver quem é, só sei que esta me dizendo que ele esta morto.
- Ana! Ana, acorde! - Abro os olhos e o vejo bem na minha frente, tudo o que eu consigo fazer é abraça-lo bem forte.
- O que houve? Porque esta chorando assim? - Eu simplismente nao consigo parar de chorar, foi o sonho mais real que eu ja tive.
- Cristian... - É tudo o que eu consigo dizer.
- Tente me dizer o que houve... - Ele acaricia meus cabelos.
- Foi um pesadelo horrivel... eu sonhei que havia perdido voce, que voce tinha morrido. - Mal posso falar.
- Ana, nao aconteceu nada comigo. Olhe para mim. - Ele segura delicadamente meu queixo. - Eu estou aqui, estou bem.
- Nao posso perder voce.
- Voce nao vai me perder. Eu nao vou a lugar algum, estou aqui. - Ele me abraça novamente. Aos poucos meu coraçao vai normalizando, e a sensacao de pavor vai saindo do meu corpo. Eu respiro fundo.
- Nunca mais vou te deixar ver esse tipo de filme, eu avisei a voce.
- Eu tenho medo que isso seja um sinal Cristian. Tenho medo que alguem queira ferir voce de algum modo.
- Ninguem vai me ferir, Ana. Fique tranquila, foi apenas um pesadelo.
- Que horas sao? - Eu pergunto.
- Cinco horas, ja esta quase amanhecendo.
- Voce nao estava na cama...
- Eu estava terminando o relatorio que preciso enviar para a Ross, perdi o sono.
- Nao sei se consigo dormir mais, tenho medo de adormecer e sonhar com a mesma coisa.
- Posso ficar aqui ate voce dormir.
- Faria isso?
- Claro que sim, fique tranquila.

Abro os olhos, vejo um pequeno raio de sol batendo na cama, ja sao quase nove horas. Devo ter apagado de verdade, nao sei aonde Cristian esta. Inumeras chamadas perdidas da minha mae, preciso retornar.
- Anastasia... - Ela nem espera eu dizer oi.
- Oi mae, desculpe nao ter atendido. Tive um pesadelo horrivel a noite e acabei dormindo até mais tarde.
- Nao se preocupe, voce pode falar?
- Sim... aconteceu alguma coisa?
- Nao, eu só queria mesmo saber como estao as coisas entre voce e o Cristian.
- Estamos nos entendendo, mae. Eu nao quero desistir dele, eu o amo.
- Eu sei querida, eu sei que voce o ama.
- Ele me convidou para viajar com ele... Paris. - Ela solta um gritinho.
- Paris? Ana, isso é incrivel.
- Eu sei... eu nem posso acreditar nisso.
- Acha que ele vai pedir voce em casamento? - Estou rindo.
- Claro que não mae... eu e o Cristian ficamos afastados por muito tempo, estamos nos reaproximando agora, nao faria sentido isso. E alem do mais, ele esta indo mesmo a Paris porque tem trabalho por lá, nao é só por ir.
- Porque acha que ele nao tem interesse em casamento? - Eu sei que o Cristian nao pensa em casar, alias, eu nao imagino ele fazendo esse tipo de coisa.
- Ainda é muito cedo para isso, mae.
- Eu sei, eu sei... eu acho que é melhor mesmo ir com calma. Voces ja tiveram altos e baixos o suficiente.
- Eu tenho tanto medo mae, eu tenho a sensaçao de que o que eu estou vivendo agora é um sonho e a qualquer momento vou acordar. Eu nao consigo acreditar que o Cristian se interessou por mim, logo eu mae, eu...e se for somente por outro motivo...
- Voce precisa parar de se menosprezar filha! Voce é incrivel! Linda, carinhosa, simpatica... Por qual motivo?
- Nao sei, talvez por pena ou por eu ser tao teimosa as vezes...
- Ele ja disse que ama voce?
- Ja, ele disse.
- Entao nao é por pena, Ana. Eu sei o que esta acontecendo. Voce esta com medo, medo de se machucar novamente. Voce o ama, quer ficar com ele, mas tem medo. Filha, nao fique pensando em como pederia ser, pense em como esta sendo. Qualquer homem no mundo iria escolher voce.
- Obrigada, mae. Só que voce é a minha mae, entao isso nao conta muito. - Ela ri.
- Nao estou dizendo isso só porque sou a sua mae, mas sim porque é verdade.
- Mãe, eu escutei a porta bater. Deve ser o Cristian.
- Ok, eu ja sei que devo desligar. Nao deixe de me mandar noticias e tambem de falar quando vai viajar. Anastasia, nao se esqueca de ligar para o seu pai e dizer sobre a viajem.
- Tudo bem, eu ligo. Eu te amo mae.
- Eu tambem te amo. - Ela desliga.
Levanto rapidamente e me tranco no banheiro. Preciso tomar um banho e ver se consigo diminuir essas olheiras...
- Bom dia. - Ele esta sentado lendo jornal. Acho que deve ter pedido tudo o que tinha no hotel de café da manha, pois a mesa esta cheia.
- Bom dia, como se sente?
- Me sinto bem melhor. Tem muita comida aqui. - Ele sorri.
- Imaginei que voce estivesse com fome, depois da noite agitada.
- Acertou em cheio Senhor Grey. - Sento e vou logo pegando uma torrada e passando geleia. Ele fica me observando.
- O que foi? - Eu pergunto.
- Nao foi por pena, Ana. - Eu afogo com a torrada. Como? O que ele quer dizer? Nao pode ser sobre o que eu estava falando com a minha mae, ele nem estava aqui... ou estava? Droga!
- Voce estava aqui nao estava? Ouviu minha conversa?
- Eu nao estava escutando propositalmente se é isso que voce esta pensando. Nunca fui de ouvir a conversa dos outros e nao pretendo começar agora. - Fico vermelha por alguns segundos.
- Me perdoe, nao quis dizer isso.
- Jamais me aproximei de voce por pena, nem mesmo quando voce estava na cadeira de rodas. - Estou completamente sem graça, nem sei o que dizer a ele. - Porque nao consegue ver o quanto é atraente? - Ele questiona.
- Nao sei, mas voce admite que seria estranho eu chegar e dizer, eu sou mesmo linda e atraio os olhares de todos os homens. - Ele ri.
- A parte do linda é completamente verdade e infelizmente, por mais que eu deteste isso, a parte do atrair olhares tambem.
- Eu nao atraio todos esses olhares, Cristian.
- Ah nao? Voce quer que eu fale a lista?
- Lista? - Estou rindo.
- É, porque eu tenho uma lista...
- E aposto que tem a ficha completa deles tambem.
- Voce é tao esperta, Senhorita Steele.
- Nao é assim como voce diz.
- Eu costumo dizer que é a minha lista negra.
Eu sei que isso é um defeito meu, eu realmente nao consigo me enxergar como as outras pessoas enxergam.
- O que tanto voce ouviu... da ligaçao? - Dou uma mais uma mordida na torrada, esta divina.
- Porque esta tão preocupada?
- Nao estava falando mal de voce se é isso que esta pensando.
- Eu sei que nao, a unica coisa que eu quero é que voce confie em mim. Se estiver acontecendo alguma coisa, seja la o que for, eu quero ajudar voce.
- Nao esta acontecendo nada, Cristian. Sao apenas inseguranças minhas, vai passar. - Ele sorri.
- Nao ha porque se sentir assim, voce sabe. - Ele é tao atraente, é facil perder totalmente o controle, olhar para ele me faz querer fazer coisas que eu nunca pensei que poderia chegar a fazer. Procuro desviar esses pensamentos, pelo menos por enquanto.
- Coma essas panquecas. - Ele diz.
- Ja comi o suficiente, Cristian.
- Desde quando duas torradas é o suficiente? Vamos, Anastasia. Coma essas panquecas, odeio desperdicio. - Alguem toca a campanhia.
- Esta esperando alguem? - Eu pergunto.
- Eu vou ver. - Ele levanta e vai até a porta.
Ele caminha lentamente de volta para a mesa, esta com um bolinho nas maos, parece um muffin.
- O que é isso? - Eu pergunto. Ele parece estar com ódio de alguma coisa.
- Cristian, estou falando com voce. - Ele joga o bolinho no lixo e sai. Eu nao entendi absolutamente nada. Levanto e vou ate o lixo, veio um papel junto com o bolinho.

Sei que é o seu favorito
Bom dia, mestre.


Eu sei que é ela, por mais que eu nao queira admitir, no fundo eu sei que é ela.
Ele esta andando de um lado para o outro falando ao celular.
- Imediatamente. - Ele desliga.
- Foi ela nao foi? - Eu pergunto.
- O que?
- Foi a Leila que mandou aquilo para voce.
- Isso nao importa. Eu nao dou a minima, eu disse que nao vou deixar que ninguem estrague nosso final de semana.
- Eu posso ir falar com ela... fazer com que ela va embora.
- Nem pense nisso, nao quero voce perto dela. Ela esta completamente doente, mas ja estou cuidando disso nao se preocupe.
- Nao quer falar sobre isso?
- Nao, eu nao quero falar sobre a Leila. Vamos sair um pouco, eu só preciso ficar com voce.