Secrets of a CEO. Cap 88

Uma semana ou menos, nao sei ao certo. É dificil saber, não tenho muito noçao do tempo aqui. Estou juntando energias para uma ideia que eu tive, é a minha unica chance de sair daqui.
- Ei, eu trouxe agua. - Passei todos esses dias tentando ser simpática com esse cara, pelo menos ele nao me chama mais de vagabunda, acho que meu plano realmente esta dando certo.
- Oi, JD. - Ele me olha sem entender. - Desculpe, eu nao deveria ter chamado voce pelo nome.
- Nao tem problema.
- Sabe... eu estou feliz que voce esta aqui.
- O que voce disse? - Meu coraçao esta disparado.
- Eu... eu tenho medo do Maicon, mas voce... eu nao tenho medo de voce. Me sinto segura quando voce esta aqui.
- Eu nao vou machucar voce. - Ele me encara.
- Eu sei disso.- Estou fazendo um esforço para sorrir e parecer convincente.
- Eu preciso ir. - Eu seguro o braço dele.
- Nao! Por favor... fique.
- Eu preciso ir. - Ele puxa o braço.
- Espere. - Deus me perdoe por fazer isso. Cristian, me perdoe. Eu sei que Maicon nao esta aqui. Ele sai todo dia por um periodo e demora mais ou menos uma hora para voltar. É agora. Tiro o vestido. Ele fica me olhando.
- Gata, nao faz assim não... voce vai arrumar problema.
- Eu pensei que... eu achei que voce queria. - Ele sorri.
- Voce é uma deusa, é linda. - Ele anda em minha direçao.
- Solte a minha perna. - Eu digo baixinho.
- Voce quer que eu te solte? - Ele pergunta.
- Sim, por favor. - Ele abaixa, beija a minha coxa e solta o meu pé. Estou com nojo de mim mesma, mas ao mesmo tempo feliz pelo meu plano estar dando certo. Corro para o outro lado do quarto.
- Então voce quer brincar? - Ele corre em minha direçao e me abraça. Prendo a respiraçao, ele cheira a bebida. Provavelmente ele tem seus quarenta anos. Disfarçadamente pego o vazo da mesinha e coloco toda a minha força, ele cai imeditamente. Eu rezei durante dias para que ninguem tirasse esse vaso dali.
- Homens. - Eu coloco o vestido rapidamente, me aproximo dele e procuro a chave no bolso. Não há ninguem, Absolutamente ninguem do lado de fora. Saio correndo o mais rapido que posso, eu sei que ele nao vai demorar muito para acordar.
Só vejo mato, mato e mais nada. Nunca corri tao rapido na minha vida. Estou chorando e rindo ao mesmo tempo. Nao posso ser pega, nao posso.
- A mamãe vai salvar voce, meu amor. Eu prometo. - Eu repito varias vezes enquanto corro sem parar. Eu sei que preciso encontrar alguem, se Maicon me pegar ele me mata, eu tenho certeza que mata.
Depois de muito tempo correndo eu avisto uma casinha, talvez alguem possa me ajudar.
- Por favor! - Eu bato na porta. - Por favor! Me ajudem! Por favor!
- Quem é? Quem esta ai?
- Senhora! Por favor, abra a porta eu preciso de ajuda! - Depois de alguns segundos ela abre um pedacinho da porta.
- Minha filha, o que houve com voce? - Eu começo a chorar desesperadamente.
- Por favor, me ajude. - Eu coloco a mao na barriga.
- Entre aqui, entre. - Ela me puxa pelo braço.
- Por favor! Eu preciso de um telefone, eu preciso...
- Calma! Calma! Quem é voce?
- Meu nome é... é Anastasia Steele. Por favor, eu fui sequestrada, eu...
- Sequestrada? Sente-se aqui. - Ela me leva ate o sofá.
- Eles vao me pegar, eles...
- Calma! A porta esta fechada. Ninguem vai entrar aqui. Eu preciso que voce respire e me diga o que aconteceu.
- Eu... eu estou gravida. Eu tenho um namorado, que pensa que eu estou morta.
- Calma, eu vou pegar uma agua. - Ela se levanta e vai em outra direçao, que eu imagino que seja na cozinha.
- Anastasia, quem te sequestrou? Por Deus! Voce esta mal, querida.
- Eu... nao aguento mais. Eu preciso voltar para Seatle.
- Eu posso ajudar. - Ela sorri.
- Pode?
- Sim, eu posso leva-la. - Ela segura minha mao.
- A Senhora jura que pode levar?
- Claro que sim! Eu tenho um carro e faço questao de ajudar. Alias, voce nao vai conseguir mais ninguem nessa regiao e duvido que vá muito longe machucada assim. Precisamos ir rápido! Voce esta muito debilitada e ainda por cima gravida!
- A Senhora mora sozinha?
- Espere um pouco? - Ela me observa de perto. - Anastasia Steele! Voce é a namorada do milionario que foi dada como morta!
- Sim, sou eu.
- Meu Deus! - Ela senta. - Nao posso acreditar que voce esta aqui no meu sofa.
- Eu preciso voltar para a casa, minha casa.
- Acho que devemos esperar até amanha. E se as pessoas que pegaram voce estiverem por ai?
- Por favor, eu preciso voltar hoje. Eu preciso.
- Se voce estava presa aqui perto, não posso sair com voce no carro, é perigoso. Precisamos da policia aqui.
- Não podemos... nós temos que ir agora! Antes que eles cheguem aqui! Por favor!
- Calma, eu preciso que voce fique calma. Eu vou levar voce agora e que Deus nos ajuda. A proposito, meu nome é Maggie.
- Maggie, nunca poderei retribuir. - Ela sorri.
- Eu só quero ajudar. Antes de irmos, coma alguma coisa. - A unica coisa que eu comi todos esses dias foi pão. Nao sei mais qual é o gosto da comida.
A casa dela é simples, muito simples, mas é muito bonita e aconchegante.
- Querida, seu rosto, suas mãos... voce esta toda marcada! Voce parece boa pessoa, nao entendo como alguem teve coragem...
- Eu sofri muito... eu apenas quero ir embora daqui. Quero...
- Tudo bem, tudo bem... agora que voce ja descansou um pouco, nós vamos. Olha, acho que vamos chegar em Seatle somente a noite.
- Está ótimo. - Eu nem acredito que vou embora.

Depois de mais ou menos uma hora, chegamos em Seatle.
- Ei! Querida. Chegamos, voce esta em casa. - Abro os olhos, vejo todas aquelas luzes e aquelas pessoas passando na rua.
- Escala. - Eu digo. - Preciso chegar ao escala.
- Sim... voce disse isso enquanto dormia o caminho inteiro. Estamos aqui. - Assim que olho pela janela vejo o prédio. Ela segura a minha mao.
- Eu sempre pensei que tinha um proposito na minha vida. E hoje, eu sei que estava no lugar certo e na hora certa. Meu marido nao estava em casa, eu deveria ter ido com ele, mas resolvi ficar de ultima hora. Algo me dizia que eu deveria ficar. - Eu a abraço.
- Obrigada! Eu nunca poderei agradecer.
- Nao me agradeça. Agora vá, ande logo. Seu namorado nao vai acreditar no que ele vai ver. Procure um médico e a policia! Que esses desgraçados sejam pegos logo! - Eu desço do carro rapidamente, ela faz um aceno para mim e vai embora, depois que isso passar eu tenho que procura-la. Ela é um anjo.
Encaro o prédio, eu nao acredito que estou aqui, tao perto depois de todos esses dias de pura agonia e sofrimento. Na entrada quase nao há ninguem, algumas pessoas que estao por ali olham para mim desconfiadas, eu estou com roupas velhas e o cabelo preso. Vou pela porta que da acesso a garagem, sei que posso encontrar alguem lá ou até mesmo encontrar ou acesso ao apartamento. Ainda bem que ninguem responsável do prédio me viu ou entao jamais eu teria entrado. Assim que abro a porta, vejo Taylor e os outros seguranças conversando, isso significa que ele ainda trabalha para o Cristian. Eu nao consigo parar de chorar. Conforme vou me aproximando no escuro, eles param e começam a me observar.
- Quem é? - Taylor pergunta. Assim que meu rosto surge na luz, os olhos deles se arregalam.
- Tay... Tay... é quem eu... - Um deles tenta falar.
- Quem é voce? - Ele pergunta novamente.
- Meu Deus! É um fantasma!
- Taylor... - Eu mal consigo falar. - Sou... sou eu. Anastasia.
- Senhorita Steele? - Ele grita. Eu corro na direçao dele e o abraço. Todos estao em panico.
- Senhorita Steele! Como? Quando? A Senhorita esta machucada!
- Cristian! Me me leve até ele... eu...
- Calma, calma... Meu Deus! Todo mundo pensou que estivesse morta.
- Me leve até ele. - Eu repito
- Claro que sim. Rapazes, chamem um médico.
Estamos subindo pelo elevador, meu coraçao vai sair pela boca.
- Senhorita Steele, por Deus, o que aconteceu? - Ele pergunta enquanto o elevador sobe.
- Eu fui sequestrada, Taylor. Meu carro nao caiu em nenhuma... - Ele nem me deixa falar.
- O Senhor Grey está... está acabado. Ele nao sai do apartamento desde o dia que a Senhorita sumiu. Ninguem sobe, ninguem. Nós procuramos, nós... fizemos de tudo.
- Eu... sinto tanto. - As portas do elevador se abrem. Tudo está escuro, apenas a lareira esta acessa.
- Tem certeza que quer ficar sozinha?
- Sim.. eu quero encontra-lo.
- Eu vou chamar a policia. - Ele aperta o botao do elevador.
- Taylor? É você? - Eu escuto a voz dele. A voz dele... Estou morta de saudade.
- Taylor? - Ele para. Estamos a pouco de distancia um do outro, mas com o escuro é dificil definir. Eu nao consigo distinguir o que ele esta pensando. Talvez pense que eu sou um fantasma, assim como os outros.
- Cristian. - Eu digo, eu posso sentir o desespero e a angustia em minha voz. Estou em prantos.
- Não. - Ele diz. - Não é real... não é real! - Ele diz pausadamente.
- Cristian. - Eu dou um passo. - Sou eu.
- Ele acende rapidamente a luz. Os olhos dele saltam.
- Ana! Voce... - Ele engasga com as palavras.
- Sim... - Ele corre em minha direçao e desaba em meus braços. Nunca vi o Cristian chorar dessa maneira. Sinto o alivio no seu abraço, sinto todo o peso da sua dor, da sua tristeza.
- Meu Deus, obrigado! Obrigado! - Ele segura meu rosto com as duas maos.- Você esta... esta...
- Eu sofri tanto, eu...
- Me perdoe! Por favor, me perdoe! Eu procurei, eu... eu fiz de tudo! Tudo! Eu nunca desisti de voce. - Ele esta gritando.
- Nao acredito que estou aqui. - Eu passo a mao pelo seu cabelo, aperto ele o maximo que posso.
- Olha só como voce está... Ana, seu rosto. - Ele mal consegue falar. - O que fizeram com voce, meu amor.
- Eu fui sequestrada, Cristian. Eu fiquei dias em um lugar horrivel, passando fome, medo e... - Ele me abraça.
- Eu estou aqui, eu estou aqui... acabou. Voce esta muito machucada. - Ele me pega no colo e me leva ate o sofá.
- Estou exausta, nao consigo respirar...
- Tente se acalmar, eu estou aqui. Vou chamar um médico, eu... Senhora Jones! - Ele grita. - Não demora muito para ela aparecer.
- Meu Deus! - Ela grita assim que aparece na sala. - Como?
- Nao há tempo agora! Ligue para a minha mae e para a mae da Anastasia, diga que ela esta aqui e que venham imeditamente!
- Mas Senhor...
- Não faça perguntas! Apenas faça o que eu mandei!
- Sim, Senhor.
- Senhor Grey! - Taylor entra correndo. - Eu chamei um médico e a policia.
- Obrigado Taylor. - Ele olha para mim.
- Voce voltou para mim, minha vida. Voce voltou. - Ele esta ficando embassado.

Abro os olhos. Me sinto cansada e com muita dor em todo o meu corpo, estou em um quarto, provavelmente no hospital.
- Ei... - Ele faz carinho no meu rosto. - Ana, não chore.
- Cristian... - Eu não consigo expressar o que eu estou sentindo, não consigo.
- Esta todo mundo aqui. Sua mãe, Ray, Bob, minha familia... estão todos preocupados com você.
- Meu bebe... nosso bebe, Cristian.
- Calma, a Doutora Greene disse que esta tudo bem, voce só precisa descansar. Descansar muito.
- Foi... horrivel.
- Eu sinto tanto, Ana. Eu... eu estava devastado. Desde o dia em que voce sumiu, eu estava vivendo um inferno! Vagando pelo apartamento, tantas lembranças suas... seu cheiro, seu corpo, sua risada, absolutamente tudo. Eu não queria mais viver, eu só queria poder estar com voce mais uma vez. Não podia acreditar que voce tinha ido para sempre.
- Foi o Maicon... foi ele, Cristian. - Eu posso sentir a raiva nos olhos dele.
- Eu vou matar esse desgraçado! Eu juro por Deus que vou mata-lo.
- Aquela mulher... Alice, ela estava com ele.
- Alice? - Ele grita.
- Sim! Eles estavam juntos.
- Aquela vadia! Teve coragem de me dizer que sentia muito! Maldita!
- Cristian, eu passei todos esses dias - Eu mal consigo engolir. - Sem beber agua, sem comida, com os pés e mãos acorrentados... - Ele enxuga as lagrimas que escorrem pelo seu rosto.
- Não precisa falar... se nao quiser.
- Eu preciso. - Faço uma pausa. - Eu pensava em você todo tempo, todos os momentos.
- Eu nunca acreditei que voce estivesse morta, eu... eu tinha esperança, eu precisava ter. Ana, como voce escapou?
- Eu precisei ser forte, eu não queria... - Ele acaricia meu rosto.
- Amor, seja o que for que voce tiver que me dizer... Eu nao vou ficar com raiva.
- JD, esse é o nome do cara que me vigiava enquanto Maicon estava fora. Eu fingi que estava interessada por ele, eu tive que fazer... eu tive, Cristian.
- Está tudo bem... tudo bem. - Ele diz baixinho.
- Quando ele estava me abraçando... eu peguei um vazo e bati na cabeça dele. - Ele sorri.
- Minha garota.
- Eu corri... corri ate que nao podia mais. Encontrei uma casinha, uma mulher me ajudou. Cristian, temos que encontra-la, temos que...
- Calma, Ana. Eu sou a primeira pessoa que quer encontra-la e agradecer por ter ajudado voce, mas agora a unica coisa que importa é que voce fique bem.
- Não sei se vou poder ficar bem, depois de tudo... - Ele aperta a minha mao.
- Eles fizeram mais alguma coisa com voce? Ana, amor, eu preciso que voce diga.
- Fizeram muitas coisas, Cristian. - Ele levanta e respira fundo. Parece estar sufocado.
- Eles... tocaram em voce? Ana, preciso que me diga.
- Não, ninguem fez nada comigo nesse sentido, mas... - Eu fecho os olhos e lembro das noites horriveis que eu tive. Maicon nao me deixava dormir, na maioria das vezes ficava horas sentado em uma poltrona me observando e dizendo o quanto me queria.
- Desculpe. Me desculpe... eu apenas precisava saber.
- Eu só nao quero falar agora, tudo bem? - Ele se aproxima novamente.
- Você tem o tempo que quiser, agora descanse. Eu nao vou sair daqui.
- Está bravo comigo? - Ele ri.
- Bravo?
- É... por eu ter dispensado Taylor naquele dia.
- Voce voltou, Ana. Nada mais importa agora.