Acho que ja devo ter afundado o chão de tanto andar de um lado para o outro. Flynn disse que viria até aqui para conversarmos melhor, tenho que aproveitar fazer isso enquando Cristian esta na empresa.
- Senhorita Steele, o doutor
Flynn.
- Obrigada, Senhora Jones. -
Ela sai rapidamente.
- Está diferente. - Ele sorri.
Ele esta muito diferente.
- Digamos que aconteceram
algumas coisas, mas podemos conversar sobre mim depois.
- Ai Flynn... - Estou aflita,
desesperada. - Vamos sentar. - Eu o levo ate o escritorio e fecho a porta.
- Pelo seu desespero, parece
que as coisas nao foram muito tranquilas na minha ausensia.
- Porque voce foi viajar tao de
repente?
- Anastasia, eu sei que foi
tudo muito dificil, mas eu nao podia ficar. Eu não conseguiria encara-la, eu
precisava de um tempo para colocar as minhas ideias em dia. Eu espero que voce
me perdoe.
- Esta tudo bem. Eu entendo,
sei que voce precisava desse tempo, nao se preocupe.
- Teve noticias dela? - Ele
pergunta.
- Nao, nao soube mais nada dela.
Espero que continue assim.
- Eu encontrei uma pessoa, Ana.
Estamos conversando e acho que vai dar certo. - Fico muito feliz por ele.
-Flynn, estou tao feliz por
voce. Espero que realmente de certo agora.
- Eu tambem. - Ele sorri. -
Agora chega de falar de mim. Eu quero saber como voce esta.
- Não estou bem, Flynn. Tem
acontecido tantas coisas.
- Os sonhos... aquelas
mensagens que voce me enviou dizendo que estava tendo sonhos. - Eu ainda me
lembro de detalhes dos sonhos que eu tive com o Cristian.
- Eu não sei o que é Flynn, eu
só sei que é como se o Cristian nao fosse ele. No sonho ele é cruel, diz coisas
sem sentido.
- Que tipo de coisas? - Faço
uma pausa, nao sei se consigo.
- Anastasia, preciso que me
diga.
- Diz que não era isso que ele
queria, que eu nao vou faze-lo ir embora, mas eu nao entendo. É muito
confuso...
- Pode nao ser tao confuso como
voce pensa.
- Não?
- Este outro Cristian que voce
diz aparecer nos seus sonhos, dizendo todas essas coisas estranhas, é
exatamente aquele Cristian que voce nao quer que exista. - O que?
- Ainda nao entendo, Flynn.
- Vou tentar explicar melhor.
Voce sabe como o Cristian levava os seus relacionamentos, o estilo de
relacionamento que ele gostava.
- Sim...
- É como se esse lado do
Cristian se transforma-se nele mesmo. Uma personalidade humana, exatamente
igual ao Cristian. É o seu medo, Anastasia.
- O medo que ele nunca mude.
- Isso. Voce tem medo de que
Cristian nunca deixe essa prática, digamos assim, de lado e consiga viver uma
vida normal com voce. Olha, sadomasoquismo não é uma pratica errada, varias
pessoas no mundo são adeptas, mas a maneira como o Cristian juntava isso com a
sua intolerancia em se apaixonar é que era preocupante.
- Eu sei disso, é justamente
por isso que eu tenho medo. Flynn, eu estou gravida. As coisas ficaram muito
mais sérias do que eu imaginava. E agora...
- E agora? - Tenho que contar.
- Apareceu um cara. - Ele
arregala os olhos.
- Voce se interessou por outro?
É isso?
- Não... não é nada disso. É um
colega de colégio, nos encontramos em uma boate.
- E qual é o problema nisso?
- Eu acordei hoje pela manhã e
ele enviou varios buques de rosas vermelhas para cá!
- Cristian viu?
- Viu... só que a Senhora Jones
disse que eram para ela.
- E voce?
- Eu o que?
- Confirmou? - Me sinto
envergonhada nesse exato momento.
- Sim... eu sei que foi errado.
Eu sei que eu...
- Já disse a voce o que eu
penso sobre mentiras. As pessoas e as mentiras Anastasia, sao como os animais.
Olhe bem. - Ele se posiciona na cadeira, parece disposto a mostrar a teoria. -
A vida é a aranha, a teia é a mentira e o ser humano é a borboleta, vamos
supor, ok.
- Ok. - Eu escuto com atenção.
- A borboleta fica atraida pela
teia, ou seja, o ser humano se sente atraido a usar das mentiras para resolver
problemas ou tentar esconder coisas. No momento em que ela encosta sob a teia,
ela fica preza, e casa vez que tenta sair, fica mais presa ainda. A mesma coisa
acontece com o ser humano, quanto mais mentiras ele conta mais mentiras ele é
forçado a contar para encobrir outras mentiras. Nisso, ele vai se enroscando
cada vez mais, e é nesse caso que a aranha entra. Ao ver a borboleta imobilizada
a aranha aproveita a oportunidade e ataca. A mesma coisa com a vida, Anastasia.
A vida nos ataca, nos mostra o quanto somos tentados a fazer coisas e escolhas
que na maioria das vezes nao são boas para nós mesmos. E a aranha, assim como a
vida, nao tem culpa. O caminho e a escolha são nossos.
- Nossa. - Estou rindo. -
Flynn, estou impressionada. Nunca tinha pensado nas coisas por esse angulo.
- É só uma questao de olhar com
outros olhos, posso te emprestar um livro que eu tenho que possui varios casos
assim.
- Eu vou querer sim. Flynn...
acha entao que eu devo contar?
- Sim, Anastasia. Uma relaçao
com mentiras nao é uma relaçao, é uma ilusao.
- Eu tenho medo do que ele
possa fazer, ele disse que nao quer que eu chegue nem perto desse cara.
- Isso é porque ele se sente
ameaçado por esse cara.
- Voce acha? - Ele sorri.
- Eu diria que tenho quase
certeza. Anastasia, você uma vez me procurou, pois gostaria que o Cristian
falasse a verdade a você. Se quer que te digam a verdade, entao diga a verdade.
- Ele é o melhor psquiatra do mundo.
- Tudo bem, eu vou dizer.
Afinal, eu nao tenho culpa por ele ter mandado as flores.
- Senhora Jones tambem tem que
dizer a verdade.
- Nao vou expor ela assim,
Flynn.
-
Anastasia, dizer a verdade inclui pacote completo. – As vezes eu o odeio. - Ele fez isso para me defender, Flynn. A Senhora Jones não tem culpa de absolutamente nada.
- Eu não me lembro de ter visto você tão nervosa assim, ainda mais por causa de um cara.
- Ei, não confunda as coisas. Eu não estou nervosa por causa dele, estou nervosa com a reação que o Cristian poderia ter, eu já te falei isso.
- Sente e converse com ele. Utilizei esses argumentos, diga que não contou antes porque ficou com medo da reação dele. Quem sabe assim, ele percebe que o comportamento agressivo não resolve as coisas, muito mais agora que ele vai ser pai.
- Estou tão feliz com esse bebe, Flynn. Eu não te contei ainda, mas vai ser um menino. - Ele se levanta.
- Anastasia, que notícia boa.
- Flynn? – Droga! A ultima coisa que eu queria nesse momento é que Cristian me visse abraçando o Flynn, ainda mais sabendo que ele sempre confunde tudo.
- Cristian, estava dando os parabéns para a Ana.
- Estou vendo. – Ele cruza os braços. – Que bom que voltou, Flynn. Ana estava aflita, com os sonhos... – Pela primeira vez eu vejo que ele não agiu de outra forma.
- Já conversamos, e agora a Anastasia tem que conversar com você.
- Conversar comigo? Sobre o que? – Ele não deixou nem ao menos eu me preparar.
- Bom, eu já vou indo. Ana, qualquer coisa me ligue. – Ele vai saindo rapidamente. Fico com ele no escritório. O silencio permanece por alguns minutos.
- Você quer falar comigo, Anastasia.
- Sim... é complicado Cristian. – Deus me ajude

Amei quero mais posta mais um pf
ResponderExcluirAii mais ummm...to surtando
ResponderExcluirMt bom
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