Jogo Perigoso. Cap 2

- É editora chefe da SIP, estou certo? - Ele continua com as perguntas. Nao entendo o porque eu interesso tanto a ele.
- Sim. - José costuma dizer que eu me relaciono bem com todos, tenho muita facilidade em conversar. Acredito que o trabalho na SIP me ajudou muito.
- Nunca vi você em nenhum desses eventos.
- Eu prefiro não comparecer a todos os eventos com o meu marido. - Ele parece nao entender, acho que não me expressei bem. - É porque... eu tambem tenho meus compromissos, é isso.
- Eu entendi, nao precisa explicar. - Eu preciso sair daqui.
- Com licença, amor, pode me acompanhar um pouco.
- Claro que sim, com licença, Senhor Grey.
- A vontade. - Ele faz um aceno com a cabeça.
Estou nervosa, muito nervosa. Não sei como agir perto do José, eu não queria ter pensando em nada disso.
- Esta nervosa? - Ele pergunta bem perto do meu ouvido.
- Não... porque? Pareço nervosa?
- Ei, calma Ana. - Ele ri.
- Eu estou bem, José.
- Ótimo, porque eu quero te apresentar para algumas pessoas.
Tento nao olhar na direçao dele, nao posso encarar aqueles olhos novamente, nao posso...
- Senhores, essa é minha esposa Anastasia.
- Muito prazer, Senhora. José fala muito de você.
- O prazer é meu. - Os meus olhos encontram os dele novamente. Já vi que essa noite vai ser longa.

Chegamos em casa. Eu simplismente nao consigo deixar de pensar nele, no fato de ser tão rico, bonito, bem sucedido e nao ter nenhuma namorada, esposa ou qualquer coisa. Será que ele é gay? Se é esta sabendo disfarçar muito bem.
- Está quieta. - Ele diz enquanto tira a gravata.
- Cristian Grey, ele é... é gay? - Ele ri.
- Que eu saiba não, amor. Porque a pergunta?
- Apenas curiosidade, José. Só isso.
- Eu acredito que ele nao seja gay. O que voce achou dele?
- Eu?
- Sim, porque ficou tão assustada?
- Nao fiquei assustada, José. Eu achei... normal. Achei ele normal.
- Normal... sei. - Ele ri.
- Não quero falar sobre ele, vamos dormir. Amanha eu tenho aula bem cedo.
- Ana... já falamos sobre isso. - Eu faço aula de pole dance já a algum tempo, mas José abomina. É uma paixao que eu tenho, a dança é a minha paixão.
- Já falamos sobre isso. Não vou deixar de fazer o que eu gosto. É um esporte como outro qualquer.
- Não, não é. Voce sabe disso.
- Nao acredito que voce vai insistir nisso...
- Ok... ok. Eu não vou discutir com você.
- Otimo. - Ele ri.
- Bom Senhorita Steele... eu estava pensando. - Ele vem em minha direçao.
- José... eu estou com um pouco de dor de cabeça. - Ele me encara.
- De novo?
- Ninguem escolhe quando vai ter dor de cabeça.
- Isso é... é uma piada não é?
- Piada? Do que voce esta falando? - Ele ri.
- Voce esta me evitando! Isso está claro e nitido Anastasia!
- José... não começe.
- Como eu não vou começar! Todo dia é a mesma coisa!
- Voce nao acha que esta tentando sempre colocar as suas necessidadades acima de tudo?
- Está interessada em outro?
- O que? Voce esta louco! Eu nao vou dormir aqui. - Levanto e pego meu travesseiro. Não vai ser a primeira vez que eu durmo em outro quarto.
- Espera, Ana. Me desculpe, eu... Olha, nao quero brigar!
- Então porque esta sempre arrumando motivos? - Ele segura as minhas maos.
- Não precisa sair... eu vou dormir na sala. Acho que pisei na bola, eu devo deixar voce sozinha.
- É voce deve! - Solto minhas maos e volto para a cama. Ele pega o travesseiro e sai.
Eu estou muito confusa, as coisas parecem que nao sao mais como eram antes, eu não sei mais o que fazer, a unica coisa que passa na minha cabeça agora, é o que Cristian Grey estaria fazendo. Será que esta com alguem? Porra! O que eu estou fazendo? Eu não posso pensar nele! Eu sou casada, tudo bem que eu e José andamos nos desentendendo, mas nada que justifique uma atitude dessa. Preciso dormir, preciso descansar e tentar esquecer tudo.

Pego minha bolsa antes mesmo de José acordar e saio. Não vou me atrever a ficar e tomar café sendo que, se ele acordar vamos ter a mesma discussao. Minha cabeça esta um turbilhao de pensamentos, preciso terminar de ler os artigos, preciso ligar para minha mãe. Só escuto a buzina. Vejo quando o homem de terno sai de dentro do carro.
- Senhorita, voce esta bem?
- Me desculpe. Eu... eu atravessei a rua correndo.
- Taylor, o que houve? - Essa voz... vejo ele surgir atras do homem de terno.
- Senhorita Steele?
- Senhor Grey. - É tudo o que eu consigo dizer.
- Senhor, é melhor levar a Senhorita a um hospital.
- Não... por favor, nao é necessario. O carro mal encostou em mim, eu estou bem.
- Tem certeza? - Os carros parados estao buzinando.
- Claro que sim, eu estou bem... desculpe, eu preciso ir.
- Espere, eu posso acompanha-la.
- Imagine... voce esta de terno, certamente indo trabalhar...
- Bom, acho que meu chefe vai me perdoar se eu chegar um pouco atrasado.
Ele me faz rir, é incrivel como eu me sinto bem quando estou com ele.
- Desculpe, Senhor Grey, mas é que eu preciso mesmo ir.
- Taylor, pode voltar. Eu me viro por aqui.
- Senhor Grey... por favor, nao é necessario.
- Acho que eu devo isso, ainda mais depois do meu motorista quase ter atropelado voce.
- Tudo bem. - Ótimo! Agora eu terei que caminhar ao lado dele pela rua. Não que isso me encomode, mas é que eu nao estou vestida adequadamente, afinal estou com roupas apropriadas para a minha aula e ele de terno, somos as atraçoes da rua, ele mais do que eu atrai olhares, claro.
- Academia? - Ele pergunta enquanto caminhamos.
- Bom... quase isso. - Como eu vou dizer isso a ele.
- Algum esporte? - Ele é insistente.
- Eu faço aula de Pole Dance, Senhor Grey.
Meu rosto deve estar completamente vermelho. Nao sei como tive tanta coragem em revelar.
- Não sabia que esse tipo de... atividade fazia seu estilo, Senhorita Steele.
- É... já faz algum tempo. É como um esporte.
- Gostaria de conhecer.
- Desculpe, homens nao entram. - Ele sorri.
- Isso é injusto, Senhorita Steele. - Nos olhamos por alguns segundos.
- Bom... eu tenho que ir, vou me atrasar. Fica logo ali na frente... Obrigada pela companhia.
- Seu marido é um homem de sorte.
- O que? - Eu pergunto, ele sorri novamente.
- Tenha um bom dia, Senhorita. - Ele atravessa a rua e vai em outra direçao, me deixando perdida em meus pensamentos.