Jogo Perigoso. Cap 07

- Eu não posso, Kate. Eu não posso. - Ela suspira.
- Então pelo menos diga que vai ligar para o cara.
- Eu tenho que ligar, não tenho opção.
- Bom. - Ela levanta. - Eu preciso ir para a minha aula, voce tem certeza de que não quer ir.
- Hoje eu realmente não tenho cabeça. Eu vou ficar aqui e resolver as coisas.
- Ok - Ela me da um beijo. - Estou indo.
- Nos falamos depois, Kate.
- Tudo bem. - Ela pega a bolsa e sai.
Eu preciso ligar, preciso resolver de uma vez por todas essa história, antes que fique cada vez mais complicado. Pego o numero no bolso do casaco, encaro por mais alguns segundos e ligo.
- Você ligou para a Grey Interprises Holdings. Após o sinal informe em qual departamento deseja falar. - Eu posso imaginar a mulher por trás dessa voz.
- Presidência. - Eu digo.
- Por favor, aguarde. Sua ligação será transferida.- Espero por mais alguns segundos, enquanto ouço uma suave musica de fundo.
- Grey Interprises Holdings, bom dia. - Agora não é uma gravação.
- Bom dia, por gentileza, eu poderia falar com Cristian Grey?
- Quem deseja falar com o Senhor Grey? - Como isso é constrangedor.
- Anastasia Steele.
- Vou transferir a ligação para a sala do Senhor Grey, você pode aguardar um momento na linha, por gentileza?
- Claro, muito obrigada. - Meu coração esta disparado e eu estou suando. Nem ao menos sei porque estou tão nervosa.
- Senhorita Steele. - Todos os meus sentidos se confundem e se misturam ao ouvir a voz dele. Por um momento eu penso que não sei mais falar, nem sequer formar uma frase.
- Senhor Grey, preciso falar... Espero não estar atrapalhando, em primeiro lugar.
- De nenhuma maneira, disse que precisa falar comigo...- Ele sabe muito bem o que eu quero falar, mas esta fingindo que não sabe.
- Eu gostaria de ouvir a sua proposta.
- Ótimo, isso vai ser muito interessante. Podemos tratar disso hoje?
- Hoje? - Droga! O que eu vou dizer ao José?
- Tem algo marcado para hoje? - Ele questiona.
- Não, não tenho nenhum compromisso. Eu posso encontrar você hoje.
- Meu motorista vai passar para pegar você as oito horas. - De forma alguma eu posso sair da minha casa com um motorista! Isso seria com toda a certeza mais um motivo para José desconfiar e fazer milhões de perguntas das quais eu não posso responder.
- Eu posso ir com o meu carro, não preciso de motorista. - Sinto um riso ao fundo do telefone.
- Tudo bem, como você quiser, mas eu insisto que meu motorista esta a disposição.
- Eu agradeço mais uma vez, mas não precisa.
- Você conhece o Escala? - Como não iria conhecer, o edificio mais estiloso e caro de Seatle.
- Sim, eu conheço.
- Eu moro lá, vou deixar sua entrada autorizada. - Estou me sentindo muito mal.
- Certo, mas não precisa ser na sua casa.
- Acredite vai ser melhor, o que eu tenho para dizer é muito pessoal. - Pessoal?
- Senhor Grey... nos encontramos as oito.
- Estou ancioso para isso, Senhorita Steele. Mais uma coisa, no cartão que eu dei a você tem dois numeros, ligue diretamente no meu celular, por favor. É o segundo numero.
- Obrigada, nos vemos. - Eu desligo.
Pessoal. Apenas isso que eu sei, o que ele tem para falar é tão pessoal que não pode ser em outro lugar, mas sim no apartamento dele. Eu e ele, em sua super cobertura, com champanhe e musica. Eu nem sei se terá musica e muito menos champanhe, mas é provavel que tenha. Porque estou com uma sensação de que sou uma prostituta? Como isso é horrivel! Estou nas mãos desse homem! Uma mensagem chega ao meu celular.

Ana? Aonde você está? Não havia nenhuma da correspondencia da Kate. Me ligue assim que puder.

José


Droga! Era tudo o que eu precisava agora. Nem sei o que é mais viavel fazer, ir trabalhar, ir para casa ou ligar para o José e explicar porque eu sai correndo. É melhor ligar.
- Oi José.
- Ana! Aonde você está?
- Eu... estou em uma lanchonete.
- Lanchonete? Voce saiu de casa correndo! O que aconteceu?
- Eu não sai correndo, José. Kate estava me esperando.
- Falando nela, não tinha nenhuma correspondencia.
- Então, era isso que ia eu te dizer, enquando voce desceu buscar a correspondencia, ela me ligou e disse que iria me entregar pessoalmente, mas eu nem tive tempo de avisar voce que eu estava saindo.
- Bom, tudo bem. Não tem problema, ainda bem que voce ligou porque eu tenho um convite. Alias, não é um convite é uma convocação.- Ele ri.
- Convocação?
- Sim, minha mãe vai fazer um jantar para a familia e quer nossa presença. - A mãe do José é uma graça, sempre me tratou muito bem e eu gosto de conversar com ela, mas devido a correria do dia a dia, não nos vemos muito.
- Claro, vamos sim.
- Ótimo! Eu passo pegar voce na saida do trabalho hoje e vamos direto? - Droga! Hoje? Justo hoje? Como assim?
- É... vai ser hoje? O jantar?
- Sim, é hoje. Porque?
- Por nada, foi só uma pergunta.
- Estou indo trabalhar, nos vemos a noite então?
- Claro... sim, nos vemos a noite.
- Beijos. - Ele diz.
- Outro para você. - Eu desligo. Droga! Não tive como dizer não, é praticamente impossivel. Já recusei a dois jantares por conta do meu trabalho secrero e agora mais uma vez seria covardia. Vou ter que ligar novamente.
- Com licença, Senhorita. - É o garçom. Só agora que me toquei que estou aqui a algum tempo e não pedi nada.
- Olá. - Eu digo.
- Vi que a Senhorita estava ao telefone e não quis atrapalhar. Vai querer alguma coisa?
- Uma agua, gelada, por favor.
- Como quiser. - Ele sai. Aproveito a oportunidade e pego o cartão. É melhor ligar diretamente no celular como ele falou.
- Vamos, Anastasia! Não seja covarde. - digito o numero e espero.
- Grey. - Ele atende rapidamente.
- Sou eu, Anastasia.
- Senhorita Steele, o que deseja? Alguma duvida?
- É que... houve um compromisso hoje, um jantar na casa da mãe do meu marido, preciso comparecer. - Achei importante citar a palavra marido, isso pode deixa-lo mais contido.
- Eu entendo, podemos marcar outro dia nesse caso.
- Eu volto a ligar. - Eu digo.
- Eu ligo, não se preocupe. De qualquer forma, estarei no meu apartamento hoje a noite.
- Isso é bom... quero dizer, obrigada e desculpe pelo encomodo mais uma vez.
- Disponha, Senhorita Steele.
- Até logo, Senhor Grey. - Eu desligo.
O que eu tenho que fazer agora é ir para casa, trocar de roupa e voltar para a SIP. Quem sabe ele acaba desistindo disso? Afinal, ele deve ter muitas outras coisas para pensar, não vai ficar comigo na cabeça.
- Com licença, Senhorita, a sua agua. - Ele coloca na mesa.
- Obrigada.
- Posso servi-la?
- Eu posso fazer isso, obrigada.
- Se precisar é só chamar. - Meu celular toca, é José novamente.
- Obrigada. - Ele se afasta. - Oi, José. Não deveria estar no trabalho?
- Na verdade eu estou, liguei apenas para dizer que vou ter que trabalhar hoje a noite.
- Trabalhar?
- Sim, parece que Cristian convocou um grupo para uma reunião de emergencia com alguns investidores que vieram de fora e eu estou incluido. - Eu engasgo com a agua. - Voce esta bem, Ana?
- Sim... eu estou bem. Você disse que Cristian Grey convocou você?
- Foi isso que a Ross, braço direito dele me disse ao telefone. Isso é estranho, eu nunca fui convocado para essas reuniões. Querida, vamos ter que deixar de ir no jantar na casa da minha mãe. - Eu estou ficando muito paranoica ou ele fez realmente isso? É muita coincidencia, eu acabei de ligar para ele dizendo que não poderia ir e no mesmo instante José me liga e diz que Cristian Grey o convocou para uma reunião de emergencia? Eu espero estar errada.