Jogo Perigoso. Cap 22

Acho que não é bom mandar para ele. Isso pode insinuar alguma coisa. Pulo correndo da cama. A unica coisa que vai me acalmar agora é uma boa caminhada.
- Kate, vou correr um pouco.
- A essa hora?
- Existe uma hora especifica? - Ela ri.
- Ok, você ganhou. Antes de ir, voce recebeu o papel da audiencia de amanha. O que me preocupada, voce nao tem um advogado.
- É... na verdade, eu tenho sim. - Foi tão repentino que eu não tive tempo de contar para ela.
- Tem? Quem é?
- Doutor George Davison.
- Um dos advogados mais renomados de Seatle?
- Ele mesmo.
- Deixa eu adivinhar, Cristian Grey?
- Kate, eu não quero que pense que...
- Eu não estou pensando nada, Ana. Só não deixe que ele tenha posse sobre você apenas pelo acordo, ok?
- Fique tranquila. - Pego a cópia das chaves do apartamento caso ela saia, meu fone e saio.
Kate tem razão, eu tenho que tomar cuidado. Eu não sei quais são as reais intenções dele, apenas o que me diz. Até a alguns dias atras eu jamais diria que Cristian Grey é adepto a Sadomasoquismo.
Conforme estou caminhando tenho a nitida sensação de que estou sendo seguida. Olho uma vez e nada, segunda e nada.
- Anastasia. - Levo um susto. Ela esta ali, parada bem na minha frente.
- O que? O que voce...
- Podemos conversar?
- Olha, Leila, seja lá o que tenha acontecido...
- Eu só quero falar com você, Anastasia. Podemos?
- Não entendo o que voce pode querer comigo.
- Por favor. - Será que eu devo falar com ele? O que ele vai achar? Anastasia, está se ouvindo? Estou esperando algum tipo de aprovaçao dele para poder falar com outra pessoa! Isso já é demais.
- Ok.
Vamos até um barzinho reservado que fico ali perto. Só agora percebi que caminhei para tão longe.
- As Senhoritas vão querer alguma coisa?
- Um café, por favor. - Os olhos dela estão fixos em mim.
- Eu não quero nada, obrigada. - Não posso beber nada, não com esse nervoso.
- Então Leila, diga. - Coloco uma mecha de cabelo atras da orelha. Ela sorri. - O que foi?
- O mestre fazia esse gesto. - A imagem me peturba.
- Não veio aqui para me falar sobre isso, alias, eu não quero saber detalhes.
- Quero que me ajude.
- Ajudar? Leila... eu não vejo como. Nem nos conhecemos, eu nem sei nada sobre você.
- Eu o amo. - Eu fico em choque.
- Ama? - Digo baixinho.
- Eu amo, Anastasia. Eu amo aquele homem e não posso ficar sem ele.
- Porque eu?
- Porque eu sei que voce é da confiança dele. Eu ouvi que a SIP esta em suas mão agora. Você foi a unica pessoa que eu pensei que poderia me ajudar.
- Eu...
- Ana. - Ela segura minha mao. - Eu não o quero somente como... Bom, daquela maneira que voce deve imaginar. Eu quero ser a Senhora Grey. - Meu Deus! É mais sério do que eu imaginei.
- Leila... Já pensei que ele pode amar outra pessoa?
- Impossivel! - Ela altera a voz. - Ele nunca se apaixonou, por ninguem. Você não o conhece. A não ser que alguem esteja apaixonada por ele, como você.
- Eu? - Estou rindo. - Eu não. Eu... mal o conheço.
- Anastasia, me ajude! Por favor! - Como? Eu vejo nos olhos dela que reamente o ama, mas como vou entregar a ela o homem que eu amo. Homem esse que esta me oferecendo o mesmo acordo que tinha com ela! Essa não era bem a minha ideia de relacionamento, mas tudo bem.
- Leila, eu não posso. Olha, tente me entender.
- Você não pode me culpar por estar apaixonada por ele.
- Eu não estou te culpando. Vocês tiveram um longo envolvimento, eu suponho. - Tento fingir que eu não sei.
- Dois anos. Dois anos. - Ela repete devagar. - Não são dois dias, são dois anos. Dois anos de um amor reprimido. Em alguns dias eu acho que até cheguei a notar algum sentimento da parte dele, mas nunca consegui provar nada.
Agora eu estou realmente com pena dela. Imaginem só, uma garota, sozinha, iludida pela ideia e pelo homem por tras da gravata cinza. Talvez Leila tenha mais direito do que eu de estar com ele. Eu não deveria, eu acabei de sair de um casamento, ela chegou primeiro.
- Leila, eu apenas não quero me envolver nisso. Agora eu tenho a SIP, não posso colocar meu trabalho em risco.
- Eu prometo que não vou aparecer, só quando for necessário. Por favor, Ana. Eu não sou uma pessoa ruim. Eu peço desculpas a você se passei uma impressão ruim no dia em que nos conhecemos. Os termos da submissao podem realmente assustar. Como mestre, por exemplo. - Estou rindo.
- É, realmente voce me assustou.
- Com licença, senhoritas, o café.
- Pensando bem... - Ela diz. - Traga dois drinks.
- Leila, não... Eu não quero beber...
- Preferencia, Senhorita? - Ele pergunta a ela.
- Margarita, por favor. Duas.
- Sim, senhorita.
Depois de alguns drinks eu diria que eu e Leila somos mais do que intimas. Até que vendo todas as circunstancia ela é uma pessoa legal, só esta sofrendo por amor.
- Então... - Respiro antes de falar. Minha barriga doi de tanto rir. - Você acha mesmo que pode existir relacionamento sério disso?
- Claro! - Ela diz. - Antes do Senhor Grey, eu já tive um parecido com este. Só que eu namorei o cara por um bom tempo.
- E depois?
- Depois eu conheci o Senhor Grey e as coisas mudaram.
- Eu ainda acho o mestre mais engraçado, bem mais. - Ela ri.
Entro pela porta do apartamento, minha cabeça esta um chumbo. O que me lembra que eu não deveria beber e muito menos com a ex de alguem. Será que eu posso chamar ela de ex? Estou rindo sozinha. Kate não deve estar em casa. Meu celular toca, e isso eu não tenho como não notar, o volume esta no ultimo.
- Oi. - Eu atendo. Eu nem sei quem esta falando. Minha vista esta embaralhada demais para ver o numero.
- Anastasia. - Merda! É ele.
- Cristian? - Eu digo. Não, sua esperta! É o principe do Egito!
- Aonde estava? - Bebendo com sua ex. Estou rindo novamente. O som autoritário dele é que causa isso. - Tem noção de quantas vezes eu liguei no celular?
- Celular?
- Está bebeda por um acaso?
- Eu vou desligar, mestre. - Tom ironico. Estou utilizando muito ultimamente
- Anastasia... Não se atr... - Desligo.
Não quero falar com ele, pelo menos não agora. Eu preciso dormir... merda! A audiencia! É amanha de amanhã.
- Cama, cama, cama! - Eu repito a mim mesma várias vezes. Ele liga mais uma vez no celular, mas eu não atendo. Será que eu peguei alguma aversão ao Cristian depois da conversa com a Leila? Não, é impossivel sentir qualquer tipo de raiva dele. A unica coisa que eu preciso é dormir.

Abro os olhos. Meu cabeça doi, doi demais. Nem ao menos me lembro como deitei aqui e nem como cheguei em casa.
- Ana? - Kate bate na porta.
- Entre, Kate. - Ela passa pela porta bem depressa.
- Kate? Aconteceu alguma coisa?
- Ana, eu não sei o que aconteceu e nem o que voce fez ontem a noite, encontrei coisas quebradas pelo apartamento e a minha garrafa de vinho esta cima da mesa. - Merda.
- Que horas são? - Eu digo.
- Quase sete horas. - Pulo da cama.
- A audiencia! Tenho que tomar banho.
- Ei! Me escuta! - Ela segura meu braço. - Cristian Grey esta na sala e quer falar com você.
- O que? - Como? Quando? Ele não estava aqui!
- Isso mesmo, senhorita Margarita.
- Como voce sabe?
- Encontrei o recibo.
- Eu estou saindo. Ana, por favor, não se meta em encrenca. - Ela me da um beijo e sai. Eu não posso olhar para ele. Estou morrendo de vergonha. Pego o celular, o do contrato, mais de vinte chamadas perdidas dele. Estou morta!
Assim que saio do quarto ele esta lá. Parado no meio da sala. Está maravilhoso.
- Ora, ora. - Ele cruza os braços.
- Cristian...
- Você se comportou muito mal ontem, Senhorita Steele. - Sua voz é sensual, mas ao mesmo tempo me causa medo.
- Eu só estava...
- Não tente explicar, será pior. - Ele anda um pouco. - Acho que você não entendeu como funcionam as coisas.
- Vai me castigar? - Eu pergunto. Me lembro de termos falado algo sobre isso ontem a noite. Ele tira uma corda vermelha da sua bolsa.
- O que voce vai fazer? - Dou um passo para trás.
- Você viu as fotos, queria saber como é, não é mesmo? - Como ele sabe das fotos? - Para sua sorte eu sou profissional quando se diz repeito ao assunto. - Ele sorri.