Secrets of a CEO. Cap 128

- É muita gentileza da sua parte dizer que eu estou perfeita, Cristian. O ser humano está tão perto da perfeição, como está da lua. - Ele sorri.
- Eu posso levar você para ver a lua se quiser. Sabe que eu posso fazer isso, não sabe?
- Não... Acho que não preciso ver a lua. Estou bem assim.
- Bom, eu vou me arrumar. Só um minuto, prometo não demorar. - Ele me beija e segue para o quarto.
Com toda a certeza do mundo eu não consigo me ver perfeita assim como ele ve. As vezes eu fico pensando como um homem como ele se interessou por mim a ponto de casar, ter filhos. Não que eu esteja me desprezando e nem nada desse tipo, mas é dificil de saber.
Fiquei pensando no que a Nancy disse, em continuar com uma carreira, me dedicar a alguma coisa que eu realmente queira fazer.
- Pronto, podemos ir, esposa?
- Claro, marido. - Ele pega no meu braço e me acompanha até o elevador.

Eu já fui a algumas festas com o Cristian e a maioria delas são extremamentes cansativas e agoniantes.
Eu não me interesso por esses assuntos, pelo menos não mais. Depois da experiencia não muito boa que eu tive trabalhando na empresa, eu mudei um pouco a minha visão sobre as pessoas.
- Cristian Grey, que prazer. - Que os jogos começem.
- Nos conhecemos?
- Você acredito que não me conheça, mas eu sei muito ao seu respeito. O empresário mais rico e bem sucedido de Seatle.
- Você é quem está dizendo. - Cristian brincando? Sim, alguma coisa está errada.
- Esta é minha esposa, Anastasia.
- Senhora Grey, é um prazer.
- Desculpe, mas o Senhor ainda disse de quem se trata. - Ele sorri.
- Me desculpe, sou Richard Marvel, estou a frente de uma das ongs homenageadas da noite.
- Gostaria muito de ouvir sobre o trabalho da sua ong, se me pertime. - Eu digo.
- Será um prazer. - Ele estica o braço. Isso é um convite? Eu deveria ir? Sim, eu deveria.
- Claro. Cristian? - Eu o olho, aguardando uma aprovação. Ele nao responde de imediato. Fica apenas me observando.
- Claro, quero dizer.... - Cristian Grey encabulado! Isso é uma coisa que não vemos todos os dias. - Eu vou falar com algumas pessoas. - Eu seguro em seu braço. Vamos caminhando pela festa. Meu Deus! Eu acabei de fazer uma loucura! Cristian deve estar furioso comigo. Eu acabei de largar dos braços dele para andar com outro homem pela festa!
- E então, Senhora Grey, o que gostaria de saber?
- Bom, em primeiro lugar qual é o proposito da sua ong.
- Aceita um drink? - Ele faz sinal para o garçom.
- Não obrigada, eu não posso.
- Porque? - Sério que ele não percebeu.
- Eu estou... grávida.
- Meu Deus, que indelicadeza a minha. É que você está tão... linda. - Ah não! Não, não... Preciso mudar de assunto antes que isso se prolongue.
- Então, me conte sobre a ong. - Ele desperta de seu devaneio.
- Sim, claro. Estamos nessa empreitada a quase 15 anos.
- Você é bem jovem para lidar com tudo isso. - Ele sorri.
- Eu tenho vinte e nove anos. Na verdade, meu pai começou com tudo isso, eu peguei o oficio depois. As crianças são o futuro do mundo, Anastasia. Se começarmos por elas conseguiremos um grande progresso.
- Eu concordo com você. - Ele levanta a taça levemente.
- Me diga, aonde conheçeu Cristian Grey.
De onde eu estou, posso ver Cristian conversando com um grupo de pessoas ao longe. Ele me parece bem, sorri para mim, eu retribuo. Ele não está bravo? Ao que me parece não. Vendo isso me sinto bem melhor.
- Eu trabalhei na casa dele por um curto periodo de tempo.
- Você é arquiteta, designer...
- Não, eu fui trabalhar como empregada.
- Você está brincando? - Ele ri.
- Não, porque? Isso para você é algum tipo de piada?
- De forma nenhuma, me desculpe. É que você é tão...
- Tão?
- Elegante. - Ele desvia o olhar, parece envergonhado. - Me desculpe, acho que meu jeito de falar causou uma má impressão.
- Talvez um pouco. - Estamos rindo. Ele é uma boa companhia.
Depois de um bom tempo juntos eu comecei a entender como é maravilhoso o trabalho feito na ong, é algo que me chama muita a atenção.
- Eu gostaria muito que você participasse desse projeto, Ana. Nós temos uma ong em Seatle, seria um prazer.
- Eu adoraria conhecer. Podemos combinar e... - Sinto quando sua mao encosta na minha cintura.
- Atrapalho?
- De forma alguma, Senhor Grey. Sua esposa é uma mulher de visão.
- Tenho certeza que sim.
- Cristian, Richard estava me contando que tem um ong em Seatle. Eu gostaria muito de conhecer. - Ele sorri.
- Claro que tem. - Porque eu sinto que isso foi ironico? - Podemos conhecer quando você quiser. Se o Senhor Marvel não se encomodar com a minha presença, é claro.
- De forma alguma, Senhor Grey. Serão bem vindos quando quiserem.
- Vamos, Anastasia?
- Cristian, nós acabamos de chegar.
- Senhor Grey, por favor, aproveite um pouco mais a ...
- Boa noite, foi um prazer conhece-lo. - Ele sai, sem me esperar.
- Me desculpe pelo Cristian, Senhor Marvel...
- Não se preocupe, apenas me ligue para visitar a ong sim.
- Obrigada. - Saio o mais rápido que posso, com esses sapatos não consigo andar mais do que isso.

- Cristian! Cristian... me espere. - Ele está tirando a gravata. Eu acredito que ele poderia esperar chegar no quarto para isso, mas é melhor nao citar esse detalhe.
- Talvez seu nome amigo possa ajudar você a chegar até o quarto.
- O que? - Eu paro.
- Foi o que você ouviu. - Ele não me espera, passa com um tiro pelo elevador. A unica coisa que eu vejo depois da porta se fechando é o seu olhar amedrontador.
- Cristian, o que esta acontecendo? - Eu digo, assim que entro no quarto. Ele ri.
- O que aconteceu? Você realmente quer saber?
- Sim, você me pareceu tão calmo e...
- Calmo? - Ele aumenta a voz. - Tem noção do que você fez?
- Eu fiz? Você não sabe do que está falando...
- Eu não vim aqui para ver a minha mulher flertando com outro cara.
- O que? - Estou rindo. - Você só pode estar brincando.
- Pareço estar?
- Cristian, eu estava apenas conversando com ele.
- Me deixou como um idiota para ficar ao lado daquele cara!
- Você se afastou, você me deixou sozinha com ele.
- Claro, eu não queria trapalhar o seu flerte.
- Chega! Se vai agir assim vai ficar aqui sozinho!
- Aonde você pensa que vai?
- Não me arrumei para ficar aqui ouvindo você fazer lamentações, com licença.
Não acredito que ele está com ciumes! Agindo como uma criança, tratando mal as pessoas por motivos infantis. Ele não pode continuar agindo assim, me privando de conversar com outras pessoas, eu mesma não posso viver assim.
- Senhora Grey? - É ele, Senhor Marvel.
- Senhor Marvel, eu gostaria de pedir desculpas novamente pelo comportamento do Cristian.
- Senhora Grey, não precisa se desculpar, eu já disse. Eu pensei que tivesse ido embora.
- Bom, na verdade eu estou hospedada aqui.
- Que interessante, eu tambem. Depois que eu me separei as coisas ficaram mais faceis.
- O Senhor era casado? - Fico vermelha. - Quero dizer... me desculpe pela intromissão. - Ele sorri.
- Não se preocupe. Eu era casado sim, mas minha esposa era muito possesiva. Eu não podia conversar com outras pessoas, eu não podia ser eu mesmo quando estava com ela. - Porque eu tenho a sensação de que eu vivo isso?
- Eu acho que sei como é isso.
- O mundo não deveria ser assim e eu acho que as pessoas nao deveriam depender tanto uma das outras.
- Porque acha isso?
- Porque quanto mais tempo ficam juntas, mais tempo de sofrimento para esquecer.
- Você acha que o amor é uma mentira?
- Não diria que é uma mentira, só acho que tudo tem uma dosagem certa.
Acho que ele tem razão, tudo tem um limite, tudo tem que ter uma dosagem certa.
- Olha só... - Ele ri, assim que começa a tocar uma musica. - Acho que essa música fala sobre mim. - Eu não consigo dizer absolutamente nada, a musica é Same old Love da Selena Gomez.
- Gostaria de dançar um pouco, Senhora Grey?
- Dançar? Eu?
- Sim... Eu acredito que não teria nenhum problema. - Estou com tanta raiva do Cristian, de tudo o que ele fez hoje.
- Tudo bem. - Eu não sei o que deu em mim.
- Fique longe da minha esposa. - Um arrepio percorre meu corpo.
- Cristian. - Eu digo serrando os dentes.
- Senhor Grey...
- Acha que eu sou algum tipo de idiota? Vamos, Anastasia, acabou o show.
- Eu não vou a lugar nenhum com você. Agora já chega, Cristian. Enquanto você não se acalmar não vamos conversar.
- Você não vai andando?
- Não! Eu não vou.
- Ótimo. - Ele me pega no colo. Eu mal consigo olhar para os lados de tanta vergonha, eu nem sei no meio de quantas pessoas nós estamos. Ele caminha para fora da festa.
- Cristian Grey! - Eu grito. - Me coloque no chão agora! - Ele não me escuta, é como falar com uma parede.
Assim que entramos no apartamento, ele me coloca no chão, em seguida, tranca a porta.
- O que é isso? O que significa isso?
- É melhor você não dizer nada, Anastasia! Você passou de todos os limites.
- Eu? Voce me pegou no colo e me tirou da festa no meio de todos!
- Fiz e faria de novo, o que voce acha que eu sou? Algum tipo de idiota?
- Eu não consigo entender...
- Estava todo sorrindo para o lado daquele imbecil, eu vi.
- Você conseguiu acabar com a nossa noite.
- Quem acabou com a nossa noite foi você! Foi para isso que se casou comigo? Para flertar com outros na minha frente?
- Chega! Eu não vou ficar aqui ouvindo isso! - Ele segura meu braço.
- Você não vai me fazer de idiota, Anastasia.
- Me solte! - Consigo me soltar de seu braço, corro para dentro do banheiro e tranco a porta.
- Abra essa porta!
- Vai embora daqui, Cristian! - Ele da um soco bem forte e sai.
Talvel ele esteja certo. Eu sou uma mulher casada e não deveria ter feito uma coisa dessas. Não! O que eu estou dizendo?
Eu tenho direito de me relacionar com outras pessoas, de ter laços de amizade seja com um homem ou como uma mulher. Isso não é um casamento, ele me comprou e está querendo que eu siga suas regras idiotas! Porque eu coloquei esse vestido? Porque eu aceitei ir
nessa festa imbecil com ele!
- Preciso me acalmar! - Digo a mim mesma, encostando na parede do banheiro. Sinto uma dor muito forte na minha barriga. A unica coisa que
passa na minha cabeça agora é que eu não posso perder o meu bebe. Preciso sair desse banheiro, preciso pedir ajuda ao Cristian. Não consigo abrir a porta, tudo está ficando muito escuro. Assim que olho para baixo, vejo uma lista de sangue brilhando no chão. Merda! Eu estou sangrando, sangrando muito!
- Cristian! - Eu grito, batendo na porta desesperadamente. Não consigo abrir, é completamente desesperador. Minha visão está ficando cada vez
mais embaçada. O sangue forma o seu rastro, e tudo o que eu consigo fazer é chorar desesperadmaente.
- Ana? Ana, você está ai? - É um voz feminina.
- Nancy? É você?
- Sim, sou eu. Você consegue destrancar a porta?
- Nancy, eu estou perdendo meu bebe! Meu filho!
- Calma, Anastasia! Tente ficar calma!
- Eu... eu estou sangrando, Nancy! Por favor, me ajude!
- Eu vou buscar ajuda, eu prometo que volto logo!
Cristian deve ter saido, eu ouvi quando a porta bateu. Só não sei como Nancy conseguiu entrar aqui e nem sei porque ela está aqui, ela deveria estar na festa.
- Calma, Anastasia! Estamos aqui. - Agora é uma voz masculina. Eu vejo quando a porta abre e ela entra rapidamente.
- Não se preocupe, estamos aqui e vamos levar você para o hospital. - Provavelmente é o marido dela. Depois disso não vejo absolutamente nada.


-Não podemos esperar mais! - Eu escuto a discussão ao longe.
- Está nos relatórios dela! Não podemos fazer esse parto antes da médica dela chegar!
- Se não fizermos o parto agora, essa moça e o bebe vão morrer!
- Conseguiu localizar o Senhor Grey?
- Não, ele não atende o celular, mas vamos continuar tentando. Eu não sei o que fazer, Nancy. - Apago novamente.

Abro os olhos lentamente. Alguma coisa aconteceu, minha barriga... Não está mais aqui. Aonde está o meu bebe? Aonde eu estou?
- Enfermeira. - Eu chamo.
- Querida, que bom que você acordou?
- Aonde estou?
- Você está no hospital, Senhora Grey.
- Meu bebe, aonde está?
- Seu marido estava esperando a Senhora acordar.
- Eu quero saber do meu bebe...- Ela segura meus ombros.
- Calma, você não pode se alterar. Eu vou chama-lo. - Ela sai do quarto. Eu estou desesperada! Quero saber do meu filho. Pela primeira vez depois que eu passei mal, eu vejo eu rosto. Seus olhos estão vermelhos e seu cabelo está bagunçado. Ele ainda está com a roupa da festa.
- Ana...
- Meu bebe, Cristian. Aonde está meu filho?
- Ana, calma.
- Não vou me acalmar, aonde está meu bebe? Cristian, por Deus... - Ele se aproxima.
- Nosso bebe... - Ele está com a voz embargada. - Ainda não estava pronto para nascer, ele está...
- Aonde ele está? - Eu digo desesperada.
- Ele está em uma encubadora, Ana. Ainda não sabemos como vão ser as coisas daqui para frente, o médico está fazendo o possivel e a Doutora Greene está vindo para cá. Ana, eu sinto muito...
- Saia. - Eu mal posso olhar para ele. Toda aquela discussão... A voz dele dizendo, você não vai me fazer de idiota, não sai da minha cabeça.
- Ana...
- Saia, Cristian, por favor. - Eu só consigo sentir as lagrimas quentes escorrerem pelo meu rosto.
O que estou fazendo de errado com a minha vida? Eu o amo, mas sinto tanta raiva dele as vezes, sinto que ele está me privando de viver a minha vida! Eu nunca sei quando estou agindo certo ou quando estou agindo errado. Fico com medo de ser eu mesmo quando estou com ele. Queria que Flynn estivesse aqui para responder minhas perguntas, a dor de saber que meu filho nasceu prematuro é como uma faca rasgando meu coração.