Jogo Perigoso. Cap 25

Já resolvemos tudo, Senhorita Steele? É isso que ele tem para me dizer? Saio do prédio pisando duro, enquanto limpo as lágrimas de raiva que insistem em escorrer pelo meu rosto.
Se ele está achando que eu vou naquele apartamento ele está muito enganado. Sofrer castigo por uma coisa que eu não fiz, por uma coisa que eu não tenho culpa? Bom, talvez eu tenha exagerado um pouco quando entrei na sala dele daquela maneira. Mas eu estava completamente cega de raiva, nada poderia me parar naquele momento.
- Oi, mãe. – Ainda estou no transito.
- Está trabalhando?
- Não.
- Está tudo bem?
- Estou bem. O que você quer?
- Só queria conversar um pouco filha. Eu nem sei mais desde quando eu não falo com você.
- Se ligou para falar sobre a minha separação e toda aquela história pode esquecer mãe.
- Acho que precisamos falar, não acha?
- Não, eu não acho. Eu estou muito bem, a única coisa que eu preciso é um tempo para colocar a cabeça em ordem.
- Tudo bem, Anastásia. Eu ligo mais tarde.
- Eu ligo para você quando eu puder.
- Ok. – Ela desliga.
Que merda está acontecendo? Eu nunca falei assim com a minha mãe em toda a minha vida! Com toda a certeza do mundo, ele está me afetando. Só que eu ainda não descobri se foi negativa ou positivamente. Pode ser mesmo que eu estava precisando ser um pouco mais forte com relação aos meus sentimentos. Eu sempre me deixei levar pelas pessoas, nunca quis magoar ninguém, por mais que eu pudesse sair machucada.
- Senhorita, gostaria de alguma coisa?
- Quem é você? – Toda vez que eu chego a algum lugar tem uma pessoa disposta a fazer alguma coisa por mim.
- Eu sou a nova empregada, Senhorita.
- Ah sim, me desculpe. Eu gostaria de um chá, por favor.
- Sim, Senhorita.
Encaro-me no espelho do corredor. Vestido de marca, sapatos caros... Eu estou diferente, e pela primeira vez na minha vida eu estou gostando disso. As lágrimas que escorreram sobre os meus olhos não foram tão ruins quanto eu pensei que poderiam ser. Quem será que é Andreia? Pareceu-me bem leal a ele, e também pareceu ter certo medo. Eu reparei bem no olhar de confiança que ele deu a ela.
- Senhorita, aqui está o seu chá.
- Por favor, bata na porta antes de entrar. –Ela arregala os olhos.
- Er... Desculpe-me, Senhorita. Eu só...
- Esqueça. Preciso que me faça um favor.
- Sim, claro. Senhorita, sua amiga Kate ligou e disse que gostaria de vê-la.
- Depois eu retorno, tenho outras coisas agora. Ligue para esse número e diga que eu quero me encontrar com essa pessoa. – Ela pega o papel.
- Eu devo marcar aqui?
- Você deve fazer com que ela venha ao final do expediente ao meu apartamento, entendeu?
- Sim, Senhorita.
- Espera me desculpe se eu fui um pouco grossa com você. Eu só... Estou um pouco nervosa.
- Não se preocupe Senhorita. – Ela sai.
Será que ele é do tipo que teria um caso com a própria secretária? Ela faz o tipo de qualquer cara. Loira, bem arrumada, magra... Principalmente magra! Acho que estou precisando emagrecer mais um pouco. Ele não precisa de uma pessoa que coma pizza, doces ou qualquer outro tipo de coisa engordurada. Eu preciso mudar os meus hábitos, eu sei que isso pode parecer muito difícil, mas se eu tiver que mudar para ficar com ele eu vou fazer.
- Eu estarei na academia se precisar de mim.
- Eu acabei de fazer um bolo de chocolate, Senhorita...
- A partir de hoje eu não quero mais nada de carboidratos aqui. Estou de dieta. Pode levar tudo o que temos aqui para a sua casa ou doe para alguém.
- Tudo, Senhorita?
- Apenas vegetais e saladas, só isso.
- Como a Senhorita quiser. Eu falei com aquela pessoa, ela vai encontrar com a Senhorita aqui depois das seis horas.
- Ótimo.
Tomara que ela não diga a ele que vira aqui. Se bem que o Cristian não me parece do tipo que se importa com a vida pessoal dos seus funcionários. Provavelmente não fará nenhum tipo de pergunta.
- Seja bem vinda a nossa Academia, Senhorita...
- Steele.
- Sim, Senhorita Steele. Eu sou o Marcos, responsável pela academia.
- Para falar bem a verdade eu não piso em uma Academia já faz muito tempo. – Ele sorri.
- Sempre acontece. Mas me diga o que trouxe você?
- Bom, eu quero emagrecer. – Ele me olha um pouco confuso.
- Olha, na verdade você já é magra, precisa apenas fortalecer os músculos e...
- Você me perguntou por que eu vim até aqui e eu disse. Eu vim até aqui porque quero emagrecer.
- Sim, claro. Desculpe-me. Como você disse que não costuma frequentar academia, eu vou passar alguns exercícios iniciais, tudo bem?
- Claro, está ótimo.
- Vou pegar uma lista e já volto. – Ele se afasta.
- Ele é um pouco mala. – Alguém cochicha atrás de mim.
- Desculpe? Falou comigo?
- Eu disse que ele é um pouco mala mesmo, é difícil mudar as coisas por aqui. Mas se quiser alguma coisa, além disso, pode falar comigo. – Ele pisca. O que será que ele quis dizer?
- Prontinho, aqui está sua lista. Tem o nome dos aparelhos e também a quantidade de exercícios. Eu posso explicar para você...
- Não se preocupe, eu posso fazer sozinha. Obrigada
- Tudo bem, como quiser.
Tento me aproximar novamente daquele cara que me disse aquelas coisas.
- Oi, com licença.
- Oi, problemas com a lista? – Ele brinca.
- Não... Pelo menos não por enquanto. Eu só queria entender melhor sobre o que você estava falando.
- Eu ouvi a conversa de vocês me perdoe. Eu vi você falando que quer emagrecer.
- Sim, acho que a maioria vem na academia para isso.
- Você costuma comer muito?
- Muito não, mas confesso que sou culpada por todos os chocolates, pizzas e doces... – Ele ri.
- Sei como é. Como é o seu nome?
- Anastásia Steele.
- Muito prazer, Anastásia. Meu nome é Wesley. Olha, se você tiver interessada, eu tenho alguns compridos que eu mesmo tomo para diminuir o apetite.
- Resolvem?
- Me fazem muito bem. Eu tomo um pela manha e o outro a noite. São ótimos. Só não comente com o instrutor, ele é absolutamente contra a minha nutricionista.
- Então você tem um médico que receita isso?
- Sim, eu passo com um médico. Eu tenho algumas capsulas, posso vender para você.
- Eu gostaria, por favor. Está com elas?
- Sim, vamos até o armário e eu mostro a você.
- Eu não vou cobrar da primeira, depois eu falo aonde você pode conseguir mais.
- Não é nada ilegal né? – Ele sorri.
- Não, de forma alguma. É asseguro que você vai sentir diferença já nos primeiros dias.
- Muito Obrigada, Wesley.
Acho que o Cristian e nem ninguém precisa saber que eu estou tomando isso. Se ele disse que a médica receitou é porque está tudo bem, além disso, eu posso procurar na internet e ver e formulação, só para desencargo de consciência.

Depois de mais um menos umas duas horas estou de volta. Quebrada, completamente quebrada e exausta. Olho no celular, mas não tem nenhuma mensagem dele.
- Senhorita, me desculpe.
- Sim.
- A pessoa que você pediu para que eu chamasse está aqui.
- Já?
- Já é quase seis, Senhorita.
- Ah sim, acabei perdendo a noção da hora na academia. Eu já vou recebê-la.
- Tudo bem, eu vou pedir para que aguarde.
Tenha muitas coisas que quero perguntar, mas vou ter que ser o mais sutil possível. Ela não pode nem desconfiar de absolutamente nada.
- Andreia, obrigada por ter vindo. – Ela se assusta a me ver.
- Senhorita Steele, que prazer.
- Sente-se, por favor. – Eu nem tive tempo de tomar um banho, apenas arrumei um pouco o cabelo. – Me desculpe pelas roupas, eu estava na academia.
- Não se preocupe com isso. – Ela sorri. – Confesso que foi uma surpresa.
- É eu sei que parece estranho, mas eu queria pedir desculpas pela maneira como eu fiz as coisas hoje pela manhã.
- Não tem problema nenhum Senhorita Steele.
- Eu espero que não tenha tido problemas com o seu chefe. – Primeira jogada.
- Não, não tive. O Senhor Grey é uma pessoa sensata. – Pessoa sensata, primeiro adjetivo.
- Aceita beber alguma coisa?
- Não, obrigada. Estou bem.
- Então... Conte-me mais sobre o seu emprego. O Senhor Grey me pareceu uma pessoa muito séria. – Segunda jogada.
- O Senhor Grey é uma pessoa muito reservada. Eu só preciso cumprir as minhas obrigações e tudo fica bem.
- E se não cumpre? – Ele te amarra em alguma cama por um acaso? Foco, Anastásia.
- Eu sempre cumpro, sou paga para isso. – Ela sorri.
- Eu imagino. Mas eu sei também que ele é muito bonito... Ele tem alguma namorada?
- Eu nunca vi o Senhor Grey com outra pessoa.
- Acha ele bonito? – Ela pega a bolsa.
- Me desculpe, mas eu não sei aonde essa conversa está indo.
- Já teve alguma coisa com ele? – Ela levanta.
- Me perdoe, mas eu não acho que...
- Me diga! – Eu não deixo que ela saia.
- Eu sou uma profissional de respeito, Senhorita Steele. Eu jamais me envolveria com meu chefe. Além disso, eu tenho certeza de que não faço o tipo do Senhor Grey. Agora se já acabou de especular sobre a minha vida intima, eu gostaria de ir embora. – Merda! O que eu estou fazendo? Pareço uma maluca.
- Me desculpe, desculpe Andreia. Não foi a minha intenção insinuar nada...
- Não vou questionar as suas razões. Só me deixe ir. – Eu abro caminho para ela.
- Com licença. – Não, com toda a certeza do mundo eles não tiveram nada. Uma mulher não esconderia qualquer tipo de relação que tivesse tido com ele. Ninguém esconderia um caso com um milionário, muito menos com ele.
- Senhorita, gostaria de comer alguma coisa?
- Eu quero um copo de água, só isso.
- Vou trazer em um minuto. – Reviro minha bolsa em busca dos comprimidos. Sinto-me faminta, vou tomar dois de uma vez. Assim, vou poder ter a prova se funciona mesmo.


Tayor abre a porta do carro. Ele está quieto, muito mais do que de costume.
- Como está o Senhor Grey?
- Está esperando a Senhorita. – Não foi isso que eu perguntei. Será que o mau humor do Cristian o afetou também? Tomara que não tenha levado nenhuma bronca por minha culpa.
- Senhor Grey. – Eu digo assim que as portas do elevador se abrem. Ele está lá, e por mais que a sua expressão possa parecer muito zangada, meu coração fica leve e feliz por vê-lo.
- Senhorita Steele, como está esta noite?
- Muito bem. – Eu me aproximo para beija-lo, mas ele se afasta. Por um segundo sinto vergonha da minha atitude idiota. Ele aperta meu queixo com força, e sua língua invade a minha boca. Beijo de punição.
- Vá para o quarto e me espere lá. – Ele sai. Quarto da punição, quarto da dor...
Entro no quarto, e assim como ele sempre ordena, permaneço apenas de calcinha aguardando a sua chegada. Não demora muito até ele aparecer, mesmo descalço, o som dos seus pés fica mais agudo aos meus ouvidos. Deve ser o nervoso. Coloco as mãos para trás imediatamente. Ele se aproxima e cheira meus cabelos.
- Você foi uma menina muito má hoje.
- Cristian... – Eu tento falar, tento argumentar.
- Eu achei que tivesse dado a permissão para você falar.
- Desculpe Senhor.
- Boa menina. – Eu vejo um instrumento que mais parecer ser de tortura do que todos os outros.
- É uma Berlinda. – Ele diz. – Era muito utilizado na ideia média, reservada para ladrões, mentirosos e até para as mulheres briguentas... – Ele diz lentamente, enquanto seus dedos passam pela madeira, meu coração pula à medida que ele fala. – Garanto que será mais prazeroso.
Com a sua ajuda encaixo as minhas mãos e depois a cabeça, é muito desconfortável e ao mesmo tempo é excitante. Confesso que estou um pouco assustada e com medo.
- Você sabe o que você fez, sabe como me desafiou hoje. - Não sei se devo responder.
- Está ouvindo? - Ele diz.
- Sim, Senhor.
- Há tantas possibilidades, Anastasia. Mas essa com toda a certeza essa é a minha favorita. - Eu sinto uma coisa gelada passando pelas minhas costas, é um chicote. Antes de eu respirar novamente ele em golpeia.
- Ai! - É uma sensacao de formigamento. Ele coloca dois dedos em mim, eu quero esse homem, eu quero agarra-lo, quero ser sua.
- Sempre pronta.
- Cristian, por favor...
- Vou foder você agora, Anastasia. - Ele sussura. Suas mãos agarram firmemente minha cintura e deslizam para dentro de mim.
- Cristian! - Eu grito. Eu quero me soltar.
- Isso, eu quero ouvir voce gemer. - Eu o sinto cada vez mais forte.
- Por favor... - Estou cada vez mais perto. Ele para. Como? Porque?
- Hoje não, é o seu castigo. - Castigo? Como assim? Ele solta as amarras e me ajuda a levantar. Minhas costas estao doloridas.
- É isso? Vai terminar assim? - Ele segura meu queixo.
- É o seu castigo por ter feito o que fez hoje. Vista-se, voce precisa comer.