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Jogo Perigoso. Cap 26









Eu não quero comer.  Tudo o que eu quero é que ele pare de agir como um tirano e olhe para mim. Quero que me enxergue que me veja como eu sou. Que esteja realmente comigo, assim como eu quero estar com ele.
- Cristian, eu realmente já comi. – Ele me encara.
- Eu não tenho como saber.
- Eu comi antes de sair do apartamento. Não tem porque comer novamente agora.  – Ele respira fundo. Sei que é porque eu devo estar violando alguma regra maluca da sua cabeça. O fato é que eu estou apenas de calcinha e sutiã na cozinha do apartamento. Por algum motivo ele não me deixou colocar outra roupa.
- Sente-se. – Ele diz. Ele esquentou um belo prato preparado pela Senhora Jones e deixado na geladeira.
- Eu poderia ter feito alguma coisa para você comer.
- Não se preocupe com isso, eu poso pedir quando eu quiser que você cozinhe. – Poderia ser mais educado? Por favor? Porque eu tenho essa necessidade de fazer com que ele me note? Com que ele me sinta mais perto.
- Eu tenho saudades da dança. – Eu digo tentando puxar qualquer assunto.
- Você pode fazer aulas se quiser. Posso mandar uma professora no seu apartamento.
- Eu preferia voltar para aonde eu já fazia antes.  – Ela faz uma pausa.
- Vai ser melhor se alguém for até lá.
- Está tentando me manter presa dentro do apartamento? Só estou tentando entender você.
- E eu só estou tentando entender porque você não pode simplesmente concordar com o que eu digo.
- Porque assim seria fácil demais. – Ele da um leve sorriso. Levanto para pegar alguma coisa para beber na geladeira. Mas no mesmo instante sinto como se minhas pernas estivessem fracas.
- Algum problema? – Ele pergunta.
- Nada. – Tento me levantar novamente, mas tudo está meio distorcido.
- Ana? – Ele largo o garfo com mais autoridade dessa vez. – O que você tem?
- Eu estou bem, Cristian. É apenas uma tontura. – Tento me levantar novamente e dessa vez perco totalmente a noção.

Abro os olhos devagar. Estou deitada no sofá. Cristian está em cima de mim e outra pessoa que eu acho que deve ser Taylor.
- Graças a Deus! – Ele diz.  – Taylor, pode ir, obrigado.
- Sim, Senhor.
- Anastásia? Como você está?
- Acho que estou bem.  Porque Taylor estava aqui?
- Não é nada. O que importa é que você acordou finalmente. Costuma ter isso? Costuma desmaiar?
- Não que eu me lembre.
- Você precisa passar com um médico.
- Não, Cristian. Eu estou bem, por favor.
- Ninguém desmaia por nada, Anastásia. Eu preciso de você completamente bem. Amanha você vai se consultar com um médico. – Eu não posso me consultar. Provavelmente se eu fizer um exame de sangue, vai alegar a substancia que eu estou tomando. Não posso correr esse risco.
- Cristian...
- Sem discussões Anastásia.
- Você vai me mandar para casa?
- Eu deveria, mas não posso deixar você sozinha no apartamento. Não depois disso que aconteceu.
- Isso é bom, eu não queria ir embora.
- Eu também não quero que você vá. – É primeira coisa que ele me disse hoje que realmente me deixou com alguma esperança. Ele não me quer longe, ele gosta de me ter por perto. Eu acredito que isso seja bom.
- Você gostaria de comer alguma coisa? – Só de pensar em comida meu estomago embrulha tão rapidamente que a única coisa que eu consigo fazer é pensar em correr ao banheiro. Vomitar na frente dele é uma das coisas que eu não pretendo fazer essa noite. Estou abaixada perto do vaso, colocando tudo o que eu comi hoje para fora. Inclusive as pílulas. Droga!
- Cristian... Saia, por favor.
- O que você comeu hoje?- Na verdade nada. Mas preciso inventar.
- Eu não lembro a lista completa.
- Você não comeu, não é mesmo. – Ele está encostado à porta, com os braços cruzados. Será que tem como você sair daqui e só me deixar vomitar em paz?
- Você não está me ajudando com esse... – Respiro fundo.
- Anastásia, você está tomando... – Agora eu sei. Já vi o motivo da preocupação dele. Ele pensa que eu estou grávida.
- Não estou grávida, Cristian. – Eu sinto o alivio em seus pulmões. – Saberia se estivesse.
- Fico feliz em saber. Agora venha, você precisa se deitar um pouco.
- Não sei se posso sair daqui.
- Vamos, vou encontrar alguma coisa que você possa tomar. – Ele se aproxima.
- Nossa você está quente demais. – Não me sinto bem. Sinto-me fraca e sem vontade de ficar em pé.
- Estou com muito frio. – Ele me examina preocupado.
- Venha, vamos deitar um pouco. – Ele me ajuda a sair do banheiro e para a minha surpresa, não vamos para o quarto das submissas, mas para o seu quarto. Aninho-me embaixo das cobertas quentes buscando um pouco de aconchego.
- Melhor? – Ele pergunta. Gosto de saber que ele está cuidando de mim, mas a verdade é que me sinto péssima.  – Ainda com frio, mas estou melhor.
- Vou deixar você dormir, estarei no escritório. – Ele beija a minha testa.
- Não quer se deitar comigo?
- Durma Anastásia.  – Ele é tão autoritário. Deve estar bravo por ter quebrado a regra e deixado uma submissa chegar tão longe.


Acordo com um suspiro longo e profundo. Quero puxar o ar para os meus pulmões, mas não consigo é como se alguma coisa estivesse prendendo a minha garganta. O quarto está escuro e Cristian não está aqui. Sinto-me gelada e quente ao mesmo tempo, meu corpo está tendo pequenos choques nos quais eu não consigo controlar. Abro a porta e segurando pelas paredes tento caminhar o mais rápido possível até onde ele está.  Assim que chego à porta eu paro. Talvez eu devesse simplesmente pegar minhas coisas e ir embora. Posso passar em um médico ou algo assim. Mas minha respiração fica cada vez pior, preciso de ajuda. Abro a porta. Ele está ao telefone.  Assim que me vê muda o assunto.
- Me ligue assim que for concluído. Obrigado. – Ele desliga. – Já acordada? – Respiro o mais profundo que posso e ele levanta na mesma hora.
- Você está bem?
- Não consegui ficar na cama, estou com dificuldades para respirar. – Ele vem em minha direção.
- O que você está sentindo? – Parece preocupado.
- Não estou bem. – Minhas mãos estão tremendo muito.
- Seu pescoço está muito vermelho. – Respiro fundo mais uma vez.
- Acho que vou desmaiar. – Estou chegando ao meu limite.
- Merda! Você está sofrendo uma reação alérgica.  Vou levar você ao hospital agora!
- Não consigo... – Mal consigo falar.
- Calma, sente-se aqui. – Ele me coloca na cadeira e pega o telefone.
- Taylor, preciso levar a Senhorita Steele para o hospital agora.  – Eu ainda estou de calcinha e sutiã. – Tudo bem, vou descer. – Ele desliga.
- Estou só de...
- Não fale, respire devagar. Vou pegar alguma coisa para você vestir.  – Ele sai correndo e volta em menos de dois segundos, com um roupão preto, que deve ser dele.  Ele coloca em mim.
- Cristian... – Coloco as mãos desesperadamente na garganta, está se fechando, eu não consigo. – Ele me pega no colo.
- Aguente firme, eu não vou deixar nada acontecer com você.
Abro os olhos. Estou em uma sala clara e muito bem aconchegante. Droga estou no hospital. E pelo jeito precisei de soro.
 -Senhorita Steele, que bom que acordou. – Ele não está com uma cara muito boa.
- Cristian...
- Se lembra do que aconteceu ontem? – Ele pergunta.
- Mais ou menos.
- Bom dia, Senhor Grey. – Provavelmente deve ser o médico.
- Doutor. – Cristian faz um acesso com a cabeça.
- Senhorita Steele, eu fico muito feliz que esteja bem.
- Sim, eu me sinto bem melhor.
- Teve muita sorte, uma reação alérgica dessa forma pode levar uma pessoa à morte.
- Tem ideia do que pode ter causado isso, Doutor? – Não podemos simplesmente deixar para lá?
- Na verdade, eu vim aqui justamente para questionar a Senhorita Steele. Os exames ficaram prontos, mas eu gostaria de saber se toma algum medicamente controlado. – Os dois estão me encarando, como um julgamento.
- Não.  Alguma coisa nos exames? – Eu pergunto.
- Na verdade sim. Sibutramina.
- Do que se trata isso? – Cristian pergunta.
- Bom Senhor Grey, esse medicamente é indicado para pessoas que sofrem com obesidade excessiva ou até mesmo para aquelas que querem inibir a fome. – Me sinto uma idiota. Você foi descoberta Steele.  – Inclusive, esse medicamento foi proibido em muitos países, pois os efeitos colaterais são muito fortes.  Só não entendo como isso está na corrente sanguínea dela. Não me parece o tipo de pessoa que precisa disso. – Cristian me olha.
- Doutor, pode me deixar sozinho com a Senhorita Steele?
- Claro, se precisarem de alguma coisa me chamem.  – Ele sai. Estou encarando as cobertas, melhor do que seus olhos furiosos.
- Estou esperando.  – Ele diz.
- Esperando o que?
- Anastásia, por favor, não me tire mais do sério.  O que você fez? – Chega, chega de mentiras. Ele já sabe.
- Eu... Eu tomei o remédio. – Ele ri, mas sei que é de nervoso.
- Eu posso saber por que fez uma estupidez dessas?  - Eu me sinto idiota demais para falar. – Como você pode ser tão irresponsável, Anastásia! – Ele grita.
- Cristian...
- Não tente argumentar. Nada vai justificar essa merda que você fez. Você poderia ter morrido!
- Talvez você não fosse se importar.
- Não seja ridícula! Acha mesmo que eu desejaria a morte de alguém? Ainda mais a sua? – O que ele quer dizer com ainda mais?
- Foi uma atitude idiota.
- Idiota? Nem sei se idiota é a palavra. Há quanto tempo toma isso?
- Tomei dois antes de ir até o seu apartamento.
- Dois? Tomou dois desses comprimidos, Anastásia?
- Sim. – Ele anda de um lado para o outro.
- É muita irresponsabilidade para uma única pessoa.
- Cristian me desculpe.
- Você não tem que me pedir desculpas. Tem que parar para pensar na merda que você fez.  Você não tem ideia de como eu queria castigar você agora. Talvez eu faça isso depois. – A ideia de me anima.
- Eu vou me livrar deles.
- Você vai, vai mesmo. Vai me dizer aonde conseguiu isso.
- Não posso dizer. – Ele arregala os olhos.
- Você vai dizer, porque sabe que eu vou até no inferno para descobrir. – Ele respira fundo. – Anastásia... – Ele senta na beirada da cama. – Porque tomou isso?
- Não queria mais sentir fome, eu queria...
- Você sabe como eu me sinto com relação à comida. Você já não come, de onde tirou a ideia de que precisa emagrecer?
- Só não me sinto bem comigo mesma agora. Principalmente por você me tratar como uma criança.
- Talvez seja porque você age como uma. A partir de hoje vou cuidar da sua alimentação pessoalmente. – Estou rindo.
- Você nem sempre está por perto.
- Vou estar em todas as refeições a partir de agora. Por favor, prometa que nunca mais vai colocar a sua vida em risco dessa forma.
- Eu prometo, e peço desculpas mais uma vez. Foi uma grande estupidez Cristian.
- Sim, foi. O importante é que você está bem e fora de perigo.
- Preciso confessar mais uma coisa. – Ele sorri.
- Quem você matou agora? – Cristian Grey com senso de humor?
- Ficou engraçado de uma hora para a outra?
- Conte o que você fez dessa vez.
- Chamei sua secretária para conversar.  – Ele parece confuso.
- Andreia?
- Sim.
- Se você quer eu posso arrumar uma, eu agradeceria se deixasse a minha realizar as suas funções, que já são muitas.
- Não foi isso.
- Então? Diga de uma vez, sabe que eu odeio rodeios.
- Eu queria saber se... – Ele sorri.
- Se eu já tive algo com ela?
- Isso. – Descobriu Sherlock.
- Anastásia, apesar de Andreia ser uma mulher de inúmeras qualidades, eu sei separar o trabalho da vida pessoal muito bem. Além do que ela não faz nenhum pouco o meu estilo.
- E o que faz o eu estilo? – Eu pergunto.
- Você. – Ele segura meu queixo. – Por favor, não faça mais isso. Não coloque sua vida em risco.
- Eu já prometi Cristian.
- E deixe as minhas funcionárias em paz.  – Estou rindo.
- É bom ver você sorrindo de novo. – Você é o motivo dele, Grey.












Comentários

  1. essa atitude da Ana foi muito estúpida, mas o que importa é que ela está bem

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  2. A Ana merece uma surra de vara😂😂😂 para aprender a não matar o coitado do coração e a gente também

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  3. Ela merecia mesmo uma surra por por a vida em risco, e Christian tem razão ela age que nem criança as vezes

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  4. Aiaiiaiaia Ana o que o Grey vai fazer com vc eu ajudo 🖒🖒🖒🖒🖒🖒🖒🖒😉😉😉😉 meu Grey tão LINDO ❤❤❤❤

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