Secrets of a CEO. Cap 130

- Então quer dizer que a minha presença aqui acalma você? - Ele brinca.
- Claro que sim, Cristian. Eu amo você, e apesar de todas as nossas discussões isso nunca vai mudar.
- Eu peço desculpas por ter agido como um babaca naquela festa. Eu sei que às vezes eu... Perco o controle. - Ele perde na maioria das vezes.
- Você precisa confiar mais em mim, Cristian.
- Só não confio nos outros, Ana. Só de pensar na possibilidade de perder você...
- Ei, não diga isso... - Minhas costas doem um pouco.
- Você está bem?
- Ainda estou com dor, para respirar é difícil...
- Eu vou chamar o doutor...
- Não, por favor. Eu só preciso descansar um pouco Cristian, só isso. – Ele acaricia meus cabelos.
- Você vai ficar bem, eu prometo. – Seus lábios começam a sussurras algumas palavras. Ele está cantando alguma coisa.
- Está cantando? – Eu pergunto.
- Acho que sim. – Ele diz.
Sua voz vai me acalmando a medida que ele retoma a musica. É como se eu estivesse caminhando para um sono muito profundo do qual é impossível resistir.·.
Estou caminhando sob um lugar, um lugar muito claro e sem absolutamente ninguém. É o céu? Eu morri? O desespero começa a tomar conta de mim.
- Anastásia Steele. – É uma voz feminina. Olho para todos os lados, mas não vejo ninguém.
- Quem está ai?
- Eu estou aqui. – Ela aparece atrás de mim.
- Me desculpe, não quis assustar você.
- Quem é você? O que eu estou fazendo aqui?
- Peça desculpa a ele. – Ela me parece ser uma figura bem sofrida, melancólica.
- Desculpas? Para quem eu devo pedir desculpas?
- Você sabe quem é. Eu deveria ter tomado conta dele, eu deveria não ter sido tão negligente. Diga a ele que eu sinto muito.
- Eu não estou entendendo! Eu morri? – Ela sorri.
- Você precisa ir e eu também preciso.
- Ir para aonde?
- Para onde estão esperando por você. – Ela me empurra e no mesmo instante eu acordo com a pressão.
- Batimento normalizado, doutor. – Vários médicos e enfermeiras estão em cima de mim.
- Anastásia? Anastásia está me ouvindo? – É como se tudo estivesse muito longe, como se estivesse em câmera lenta.
- Sim. – Eu digo.
- Ótimo. Ela precisa de uma transfusão. – Ele diz para uma das enfermeiras. – Senhora Grey, você precisa realizar uma transfusão imediatamente, sua anemia está muito forte.
- Meu marido... – Eu digo. Cristian, eu preciso dele.
- Calma Senhora Grey. Já vamos chama-lo.
Quem era aquela mulher? Onde eu estava? Eu não estou conseguindo assimilar as coisas, é a pior coisa que eu já senti.
- Ana, amor, como você está? – Seu rosto, minha salvação finalmente.
- Cristian, o que...
- Calma você vai ficar bem. Eu estou aqui agora.
- Estávamos conversando ontem e...
- Ontem? Ana, amor, você não se lembra de nada?
- Do que exatamente eu deveria me lembrar?
- Você ficou em coma praticamente duas semanas. – O que?
- Não, não pode ser... Cristian eu lembro de estar falando com você aqui.– Um desespero toma conta de mim. – Meu filho Cristian, eu preciso sair daqui.
- Não, não! – Ele segura meus braços. – Você não pode Ana. Eu sei o quanto está sendo difícil, mas você precisa ficar calma.
- Eu ainda não vi o meu filho, pelo amor de Deus!
- Você vai ver, eu prometo. Ele está bem, Ana. Está se recuperando a cada dia. Mas você precisa confiar em mim agora mais do que nunca.
- Eu vi uma mulher...
- Mulher?
- Eu estava em lugar... Eu não sei aonde. Essa mulher apareceu e me pediu para pedir desculpas para alguém e eu não sei quem era ela.·.
- Foi apenas um sonho ruim.
- Não sei Cristian. Pareceu-me muito real. Muito mais real do que eu jamais tinha sonhado.
- Você dormiu por tanto tempo Deus! – Ele encosta a sua cabeça em meu peito. Ele está soluçando.
- Eu vou ficar bem, Cristian.
- Senhor Grey, me perdoe, mas preciso preparar a Senhora Grey para receber o sangue.
- Sim, claro. – Ele enxuga as lagrimas. – Eu estarei ali fora tudo bem?
- Tudo bem, eu vou ficar bem.
Enquanto ela me arruma, eu olho para os meus braços e percebo como eu emagreci de repente. Sinto-me fraca e muito cansada. Como se eu tivesse levado uma surra.
- Enfermeira, quando eu vou poder ver o meu filho?
- Muito em breve Senhora Grey. Agora precisa se recuperar.
- Eu não acredito que isso esteja realmente acontecendo.
- Não se sinta assim. É mais comum do que a Senhora imagina.
- Me sinto tão... Impotente.
- Posso dizer uma coisa muito sincera?
- Claro.
- Eu passei pela mesma situação em que a Senhora está agora. Só que a única diferença é que quando eu estava no hospital quase morrendo, meu marido estava com a amante dele. Então, o que eu posso dizer é que a Senhora é uma mulher de muita sorte. Seu marido não saiu daqui nenhum só dia.
- Eu tenho mesmo muita sorte. Cristian é maravilhoso.
-Tenho certeza que sim. Tem uma pessoa lá fora que quer muito ver você.
- Quem é?
- Senhorita Mia.
- Mia! Eu quero vê-la.····.
- Na verdade, o doutor não queria deixa ninguém entrar aqui. Você está muito fraca e o risco de uma infecção agora é muito grande. Mas seu marido intercedeu, a única medida protetiva é que a pessoa terá que entrar vestida adequadamente.
- Tudo bem, eu só preciso de alguns minutos com ela.
- Ótimo. Agora procure descansar.
- Obrigada.
Eu simplesmente não consigo tirar a fisionomia daquela mulher da minha cabeça. O que será que ela quis dizer com pedir desculpas? Eu não faço a menor deia do que se trata isso, e por mais que eu tente lembrar de alguém com aquela mesma face eu não consigo.
- Ana. – Ela entra no quarto.
- Mia! Que saudade! – Ela senta imediatamente em uma cadeira ao meu lado.
- Como você está se sentindo? Nós estávamos tão preocupados. Eu espero que não se importe, mas eu tive que implorar ao meu irmão para entrar aqui. – Ela ri.
- E claro que ele conseguiu.
- Você sabe como é não sabe? – Ela brinca.
- Como sei.
- Tenho certeza de que logo você vai sair daqui. – Eu seguro nas mãos dela.
- Mia, eu preciso falar com você. - Acabo de lembrar da Kate. Como ela esta? Não consegui mais ter noticias.
- O que foi?
- Aconteceu uma coisa muito estranha da qual eu não sei o que significa.
- Agora você está conseguindo me assustar, o que foi?
- Nesses dias todos em que eu estive em coma, aconteceu uma coisa estranha. Eu estava em um lugar muito claro, estava perdida, sem ninguém, mas uma mulher apareceu.
- Mulher?
- Eu não sei quem é. Eu só me lembro de ela ter me pedido para pedir desculpas a alguém. Peça desculpa a ele. Foi isso que ela disse.·.
- Isso foi só um sonho, Ana. Eu não acho que seja motivo para se preocupar tanto. Alem disse, voce sabe que eu tenho muitos medo dessas coisas.
- E se não foi? E se foi um aviso ou algo assim?
- E que tipo de aviso pode ser?
- Não sei talvez eu não consiga sair daqui.
- Como assim, Ana?
- Talvez seja um pressagio, sei lá.
- Você não diga uma coisa dessas nem por brincadeira! Você não vai morrer entendeu? Meu irmão e meu sobrinho precisam de você! A familia toda precisa!
- Eu estou com medo, Mia.
- Foi apenas um sonho, Ana. Talvez isso nem signifique nada.
- E se na verdade significar alguma coisa?
- Se você a conhecesse já teria se lembrado. Isso não faz nenhum sentido. E que eu saiba você nunca fez nada para alguém, não a ponto de uma mulher do além vir nos seus sonhos e te mandar pedir desculpas.
- Não era eu quem estava pedindo desculpas, Mia. Ela é quem estava pedindo desculpas, me pedindo para pedir desculpas no lugar dela. Peça desculpa a ele.
- Eu ainda acho que isso não faz nenhum sentido. Acha que isso pode ter haver com o Cristian?
- Não sei, talvez possa ser.
- A única coisa que eu sei é que você precisa pensar na sua recuperação, que agora é o mais importante.
- Eu sei disso, mas é que simplesmente não da para evitar uma coisa como essa.
- Eu não posso demorar muito aqui, eu só queria dizer que todos estão mandando um abraço muito apertado. Todo mundo está com saudades Ana.
- Eu também estou com muita saudade de todo mundo.
- Até o psiquiatra do Cristian está aqui.
- Flynn?
- Ele mesmo.
- Talvez eu precise falar com ele.
- Eu acho que isso não vai ser possível, Ana. Eu só consegui entrar porque insisti muito com o Cristian, e ele viu como eu estava aflita. Agora eu acho que vai ficar meio estranho você querer o psiquiatra dele aqui dentro.
- Senhorita, desculpe, mas eu preciso pedir que deixe a Senhora Grey.
- Ela mal entrou...
- Eu sei Senhora Grey. Mas são ordens do médico e eu preciso segui-las.
- Tudo bem, Ana. Logo vamos estar juntas tomando um Martini e dando risada.
- Eu espero mesmo que isso aconteça.
- Tire as bobagens da sua cabeça, por favor. – Ela me faz rir, apesar de eu não conseguir.
- Eu juro que vou tentar. - É tão real, eu preciso descobrir quem é aquela mulher.