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Jogo Perigoso. Cap 28





- Quem é você? O capitão da Swat? Como entrou no avião?
- Eu pensei a noite toda no que você me disse.
- No que exatamente?
- Sabe o que é olhar no espelho e não saber mais quem você é?
- Não sei aonde você quer chegar.
- Eu quero entender você, Ana. Quero saber exatamente como voce se sente, com relação a tudo.
- Não sei como isso daria certo. Cristian, minha mae estava me esperando...
- Eu liguei para ela.
- O que? Não, não... Você ligou para a minha mae?
- Sim.
- Com que objetivo? - Ele está relutante. Nunca pensei que o veria assim.
- Eu disse que você não iria viajar por enquanto, pois eu como seu namorado precisava de você aqui. - Eu engasgo com a minha propria saliva.
- Namo... Espera. - Respiro fundo. - Você meu namorado?
- Soa muito mais estranho com você falando dessa forma.
- Namorado, Cristian?
- Dependo da sua resposta agora...
- Não. Você não pode ter mudado do dia para a noite. Não a ponto de me querer como namorada. Daqui a pouco você vai dizer que me ama e que me quer como esposa. - Ele sorri.
- Eu quero ter a oportunidade de recomeçar, de outra forma.
- Não sei se...
- Ana. - Ele se aproxima e dessa vez eu nao faço sinal de alerta. - Por favor, não estou exigindo nada, apenas pedindo para que você reconsidere.
- Como seria isso? - Sinto um fio de esperança passando pelo seu rosto.
- Vamos para a minha casa. Eu prometo que vamos apenas conversar sobre tudo.
- Minha opinião sobre tudo não mudou. Eu vou acompanhar você, mas apenas para ouvir e não vou ficar, entendeu?
- Depois que conversarmos você pode decidir o que achar melhor, tudo bem?
- Ok, posso fazer isso. - Ele sorri de forma mais aliviada.
Saimos do aeroporto e vamos diretamente aonde Taylor esta com o carro. Sei que ele realmente falou com o Cristian sobre a Leila, mas procuro esquecer o encontro completamente desnecessario com ela.


A água que cai do chuveiro limpa toda a minha alma, tudo o que aconteceu nas ultimas horas. Estar com ele é como estar em uma montanha russa.
- Posso? - Ele esta na porta. Completamente nu e pela primeira vez eu cubro os meus seios como posso com a ajuda das minhas mãos. Devo recusar? A casa é dele.
- Claro. - Eu dou um passo para trás e ele entra embaixo da agua. E eu a vejo correr por todo o seu corpo perfeito.
Foco.
- Se você quiser eu posso sair...
- Não, esta tudo bem.
- Então, Ana. Me diga, porque não me disse antes como se sentia. - Encaro o chão.
- Porque eu estava vislumbrada com tudo. Eu...
- Ana, você prometeu me dizer.
- Eu estou com tanta vergonha de você. - Ele levanta meu queixo com a ponta dos dedos.
- Porque? - Ele sussurra.
- Pelo fato de ter aceitado todas aquelas coisas...
- Não precisa se sentir envergonhada. Eu sei exatamente qual é a sua essencia e se voce aceitou tudo isso foi por insistencia minha.
- Eu quero ser eu mesma, Cristian. Quero poder compartilhar coisas importantes, mas ao mesmo tempo compartilhar coisas bobas. - Ele sorri.
- Como livros e pizzas de queijo? - Estou rindo.
- Sim, pizza de queijo... - Mordo o labio.
- Você é linda quando ri. Linda quando se sente confortavel, linda quando é você mesma. É assim que eu quero.
- Mas você precisa impor suas regras.
- Elas não parecem tão importantes quando você esta por perto. - Apesar de grandes revelações, não consigo deixar de ver como essa cena está engraçada.
- Porque esta rindo?
- Já tive uma conversa em um corredor de hospital e agora em um chuveiro. - Ele fica encomodado com o comentário.
- Algum problema?
- O fato de pensar que Leila ama você...
- Preocupado que eu me apaixone por ela? - Ele ri.
- Eu? Preocupado com a concorrencia feminina? - Ele pega o sabonete liquido.
- Claro.
- Eu não pensei nisso, Ana.
- Está com ciumes da Leila.
- Pare. - Ele esta bravo. - Não estou com ciumes da Leila, eu só tenho medo que ela possa tentar fazer alguma coisa caso essa obsessao se torne mais forte.
- Cristian, isso não é tão sério assim.
- Eu tenho medo da intensidade desse sentimento. Eu conheço a Leila, esqueceu?
- Sim, conhece tanto que ela me amava e você nem sabia. - Puxo a toalha, me enrolo e o deixo sozinho.
Será que ele pode ter razão? Leila pode mesmo se tornar obsessiva?
- Não te chamei aqui para falar sobre a Leila. - A toalha cai perfeitamente sobre seu quadril. - Porque cobriu seus seios durante o banho? - Como se ele não estivesse olhando outras coisas... tolice a minha.
- Ainda não estou completamente a vontade, Cristian. Mas tenho uma proposta.
- Estou todo ouvidos. - Ele arquia a sobrancelha e cruza os braços. Qualquer uma perderia completamente o juizo com esse homem.
- Podemos beber alguma coisa e procurar nos conhecermos melhor. Pelo menos até aonde você estiver disposto a falar. É como um jogo.
- Jogo? Parece divertido. - Ele sorri. - Eu aceito.
Cristian pega uma garrafa de vinho, daqui nao sei ao certo do qual se trata. O apartamento esta vazio e não deve ser mais do que uma da tarde.
- Aceita? - Ele me oferece a taça. Estou usando sua camiseta preta, tão comprida que parece um vestido. Mas me sinto bem.
- Obrigada. - Tem gosto doce e libertador.
- Então, como é o seu jogo, Senhorita Steele?
- Antes de começarmos, quero que saiba que tudo ainda esta sendo muito novo para mim. Ainda não estou completamente certa se deveria estar aqui.
- Eu tambem não, Ana. Mas agora no momento me parece o certo. - Ele esta descontraido, vamos aproveitar.
- Bom, então me pergunte alguma coisa. - Eu digo.
- Sobre o que?
- O que você gostaria de saber sobre mim? Qualquer coisa!
- Tudo bem... - Ele pensa um pouco.
- Teve muitos namorados no colégio? - Estou rindo.
- A resposta é não. Não posso chamar de relacionamento, foram apenas bobagens.
- Nenhum passou o sinal?
- Não sei bem o que você quer dizer, mas não. Agora é a minha vez. Amigos, você tem amigos?
- Tenho sócios, amigos não.
- Porque?
- Porque no mundo em que eu vivo é muito dificil ter amigos, Ana.
- Eu não sei se eu já te contei, mas eu tive cinco cachorros. - Ele sorri.
- Não, você nunca me disse. - Me arrumo no sofá e começo a lhe contar todas as minhas pequenas aventuras de quando era criança. Eu sinto falta de não ter mais nenhum cachorro.
- Foi então que eu cai e bati feio com a cabeça. Se você colocar a mão pode sentir. - Eu me aproximo e puxo a sua mão. Pego seu dedo e passo suavemente pela minha cabeça aonde eu já recebi cinco ponto. Ele observa atentamente.
- Sentiu? - Ele me puxa pela cintura e me beija. Não tenho outra reaçao a nao ser retribuir. Pega uma mecha do meu cabelo e coloca atras da orelha.
- Deus, você é muito linda. Eu ficaria ouvindo você falar sobre a sua vida a noite toda.
- Está falando sério? - Eu estou rindo.
- Você da valor para as coisas simples, Ana. - Opa. Coisas simples me faz lembrar de uma coisa.
- O que foi? - Ele pergunta.
- Eu fiz uma coisa que preciso dizer.
- O que você fez?
- Antes de ir embora, eu pedi para o gerente do prédio fazer uma doação de todas as roupas que eu ganhei quando... Você sabe.
- Todas elas?
- Eu não preciso daquilo. Gucci, Channel... Aquilo não me faz feliz, Cristian.
- Cachorros fazem você feliz? - Ele me faz rir.
- Sim...
- Talvez eu compre um canil.
- Você está especialmente engraçado hoje, Senhor Grey.
- Você tem total efeito sobre isso.
- Eu quero voltar com a minha vida. Quero trabalhar e quero voltar a dançar, foco inicial.
- O apartamento é seu...
- Não, por favor. Vou voltar para o meu apartamento. Já foi tudo resolvido com o José e agora eu posso voltar. - Ele parece encomodado.
- Está bem.
- Jura? - Eu digo.
- É dificil, mas se você quer assim.
- Está mesmo disposto a mudar Cristian?
- Eu faço qualquer coisa para não ouvir você dizendo que vai embora novamente.
- Até porque eu não consigo. Afinal, você com toda a certeza interceptaria o voo.
- Eu faria isso novamente com todo o prazer. - Ele ri. - Só preciso que mantenha o Louis com você.
- Segurança?
- Sim, ele será invisivel e você nem notará a presença dele. Da sua segurança nao vou abrir mão, Anastasia.
- Ok, eu aceito. Mas ele tem que ser realmente invisivel.
- Assim será. Agora com relaçao a SIP, pretende voltar?
- Eu criei uma carreira na SIP, se ainda me quiserem...
- Não se preocupe, tudo já esta certo para a sua volta.
- Tinha certeza que sim.
- Algum problema? - Ele pergunta.
- Nada do que eu disse antes mudou, Cristian. Ainda é muito cedo para fingir que nada aconteceu.
- Pensei que tudo estivesse bem.
- É, mas não as coisas não funcionam assim. - Eu levanto.
- Você vai embora?
- Acho que não é prudente ficar
- Ana. - Ele segura meu braço. - Por favor, não vá embora. Eu... eu realmente quero que você fique. Não vamos fazer nada, eu não vou tocar em você.
- Sem tocar? - Ele sorri.
- Sem tocar, a não ser que você peça.
- Sem toque Cristian.
- Ok. - Ele levanta as mãos. - Sem toque. Agora sente-se.
- Não, eu acho que realmente devo ir pra casa. Eu já fiz mais do que deveria, vim aqui, tomei banho com você, estou usando a sua camiseta! Meu Deus, eu deveria estar na Georgia.
- Só que não está. Esta extremamente linda andando pela minha sala. - Eu quero sentir raiva dele, mas não posso. Eu o amo. Eu me sento.
- Ana, nós não fizemos nada. Eu insisto, sente-se e tome mais uma taça comigo. Eu ainda nao disse nada... sobre mim. - O que? Eu nao pensei que ele não estava disposto a dizer.
- Achei que não quisesse falar.
- A minha vida é muito complicada, Ana. Eu tive uma infancia dificil e fui adotado por uma familia incrivel. Não há muito o que saber.
- Não quero invadir sua vida e nem quero obrigar você a me contar. Eu acho que estava mais preocupada em mostrar para você quem eu sou.
- Eu sei quem você é Ana.
- Isso é bom? - Ele ri.
- É ótimo.
- Me sinto mais confortavel agora do que quando estivemos juntos antes. - Ele respira fundo e coloca o copo na mesa.
- Ana, eu quero tentar denovo. Eu sei que forcei a barra em muitos momentos, sei que deixei você confusa com relação aos seus sentimentos e eu sinto muito.
- E qual seria a sua proposta?
- Fique comigo. Vamos tentar do seu jeito.
- Só que você não pode Cristian.
- Uma oportunidade e se realmente você não quiser eu mesmo deixo você ir.
- Como sua namorada?
- Sim, minha namorada. - É bom ouvir isso. É bom saber, só que eu ainda tenho medo. Mas meu medo de perde-lo é pior.
- Ok. Eu aceito isso. - Ele sorri. - Eu posso abraçar você? - Ele absorve a ideia.
- Sim. - Ele responde. Eu me aproximo e me agarro em seu pescoço. Que saudade, saudade do seu perfume e da proteçao dos seus braços. Eu o amo e é aqui que eu quero estar sempre.
- Ana? Está chorando? - Ele segura meu rosto com as duas mãos.
- Eu acho que sim. As pessoas tambem choram quando estão felizes. - Sinto seus labios tocando os meus suavemente.
- A Georgia foi uma decisão bem dificil, mas eu achei que me afastar de você seria o melhor.
- Agora vai ficar tudo bem. - Ele não disse que me ama. Mas eu acho que já provou isso quando tomou a iniciativa de me trazer de volta.

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