- Eu espero de verdade que isso de certo, Cristian.
- Eu tambem, Ana. - Ele senta na cama.
- Você esta bem?
- Na verdade não. Eu não consigo dormir já tem algumas noites.
- Porque você não em chama?
- Você esta cansada, Ana. Tem o bebê... Não quero ficar te encomodando com os meus pensamentos e problemas.
- Não foi isso que juramos no dia do casamento. Na alegria e na tristeza, na saudade e na doença você lembra?
- Parece que uma especie de escuridao se abateu sobre nós.
- A unica escuridão que se abateu sobre nós foi aquela mulher. Ela que deveria estar sofrendo assim e não você, nem a nossa familia. Ela deveria estar presa.
- Não temos provas o suficientes para coloca-la na cadeia, Ana. Não podemos nos basear com suposições.
- Talvez pudessemos...
- Me prometa que enquanto eu estiver fora da cidade você não vai tentar fazer nenhuma besteira.
- Cristian, eu só pensei que...
- Ana! Me prometa isso, por favor.
- Eu não vou fazer nada. Só queria que a justiça fosse feita.
- Eu só não consigo entender como o Elliot pode pensar em algo sério com ela.
- Porque vocês homens não conseguem pensar com a cabeça de cima quando estão do lado de uma mulher como ela. Se é que você me entende. - Ele me olha horrorizado.
- Que comparação foi essa?
- Você me entendeu muito bem e não preciso repetir.
- Eu realmente vou fingir que não ouvi você dizendo isso.
- Só não quero que se sinta culpado por nada.
- De certa forma me sinto. Principalmente por não ter evitado esse contato desde o inicio. Eu sabia o tipo de mulher que ele estava e mesmo assim não fiz nada para impedir.
- Você disse isso a ele.
- Não como deveria, Ana. Eu deveria ter feito alguma coisa eficaz.
- Senhora Grey? - Ouço a batida leve e discreta na porta.
- O bebê acordou?
- Não Senhora. Um policial esta na sala e quer falar com o Senhor Grey. - Policia?
- Peça para ele aguardar. Vamos descer em um minuto.
- Certo, Senhora.
Um policial a essa hora? Com toda a certeza deve ser algo envolvendo o acidente.
- Tem um policial la embaixo. - Eu digo na esperança que ele revele algo.
- Policia? Eu não solicitei nada. Eu realmente não estou com cabeça para isso.
- Cristian, pode ser algo do acidente. Se vieram até aqui pode ser importante.
- Eu vou descer.
- Eu vou com você. - Pensei que ele tentaria me impedir, mas não diz nada.
Assim que chegamos na sala ele se levanta.
- Senhor Cristian Grey. - Ele lê um papel.
- Sim. Essa é a minha esposa Anastasia Grey.
- Senhora Grey. - Ele faz apenas um aceno com a cabeça.
- Desculpe por não ter avisado nada sobre a minha chegada. Eu me chamo Charlie e estou cuidando do caso do Senhor Elliot.
- Sim é o meu irmão.
- O acidente do seu irmão foi criminoso. - Eu sabia.
- E vocês já tem alguma pista?
- Temos uma suspeita detida na delegacia. A senhorita... - Ele confere no papel mais uma vez. - Carly.
- Carly? - Eu grito.
- Sim Senhora. Ela deu entrada ontem a noite. Falando muitas coisas confusas que não conseguimos entender.
- Se ela deu entrada ontem porque só me avisaram agora?
- Porque até entao ela não havia passado nenhuma informação concreta. Quando começamos a entender o caso ligamos uma coisa na outra.
- Ela confessou?
- Sim, Senhora. Já tivemos uma confissão gravada. - Eu estou chocada. - O carro passou por uma sabotagem nos freios. Temos todas as confissões gravadas.
- Isso é horrivel!
- É sim Senhora. O pior de tudo é que ela em nenhum momento demonstrou arrependimento pelo que fez.
- Eu acho que eu não estou muito bem... - Ele está pálido.
- Cristian, o que foi? - Eu o ajudo a sentar.
- Senhor Grey eu posso voltar outra hora...
- Não, eu estou bem.
- Policial, o que temos que fazer agora?
- Alguem precisa fazer o reconhecimento.
- Já sabemos que é ela! Porque precisamos disso.
- Senhora, é o procedimento da policia.
- Ana, por favor. Eu vou.
- Não. Olha só como você está...
- Temos um filho pequeno que precisa de você. Eu estou bem, foi apenas um mau estar. Eu vou até a policia. Só não quero falar com essa mulher.
- Certo. Acho que o mais prudente é que o Senhor mesmo vá. Sera necessario passar por uma conversa com o delegado, uma seria de perguntas. A senhora não iria querer passar por isso.
- Pelo menos essa mulher está em seu devido lugar de uma vez por todas.
- Sentimos muito pelo seu irmão, Senhor. Tenho certeza de que ele vai sair dessa. - Esse policial é diferente. Geralmente eles são mais reservados, mas esse não.
- Bom, eu ja vou indo. O Senhor pode ir amanhã ate a delegacia.
- Eu tinha uma viagem marcada, mas isso tambem é importante.
- Lembre-se de que ela ja esta detida, mas sem uma queixa formal não podemos fazer absolutamente nada.
- Nem mesmo ela tendo confessado?
- Não Senhora. Precisamos da queixa. Ate entao só tinhamos o registro do acidente.
- Eu vou a delegacia e acabar logo com isso. Eu o agradeço por ter vindo até aqui.
- Sou eu quem agradece pela colaboracão. Tenham uma boa noite.
- Senhora Jones o acompanhe por favor.
- Sim, Senhora.
- Cristian, eu já tinha uma ideia de que poderia ser ela, mas uma confissão assim...
- Eu ja esperava. Não queria falar pra você porque não queria te assustar.
- Você vai falar alguma para a sua mãe?
- Por enquanto não. Não quero deixa-lá mais abalada do que já esta.
- Você tem razão. Ela ja esta sofrendo demais.
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