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Jogo Perigoso. Cap 51









Apesar de eu dizer que confio sei que no fundo algo em mim sente medo. Somos de mundos completamente diferentes e isso é uma coisa que pode dar muito errada e machucar tanto eu como ele.
— Como você está se sentindo?
— Eu estou bem, mas um pouco fraca.
— Tudo o que você tem que fazer agora é pensar na sua recuperação.
— Tento pensar nisso o tempo todo.
— Como tem se alimentado?
— Está parecendo com a minha mãe, Cristian.
— Ana.
— Ok! Eu tenho comigo bem, só que não consigo comer muito. Eu tenho um pouco de nojo pela comida.
— Mas você precisa comer, nem que for um pouco. Aliás, eu pedi para que a enfermeira trouxesse alguma coisa.
— Quando fez isso?
— A hora que eu cheguei.
— Só que eu não estou com fome agora.
— Você precisa, nem que seja só um pouco.
— Posso saber o que tem nessa bolsa?
— Eu trouxe uma roupa, vou ficar com você.
— Cristian, realmente não...
— Nem se atreva a continuar. Não vou dar mais importância ao meu trabalho do que para você. Eu vou ficar. Andreia sabe que pode me ligar se houver algo mais urgente.
— Você não pretende dar folga a ela?
— Ela ganha muito bem para isso, Ana. Não se preocupe com ela. — Ele termina de colocar o casaco na bolsa.
— Cristian.
— Sim?
— E a Olivia.
— O que?
— Sua prima, ela ainda está aqui na cidade?
— Sério mesmo que você ainda quer saber sobre ela?
— Porque? Você não pode falar sobre ela?
— Ela ainda está na cidade e está na casa da minha mãe. Ana, Olivia é só uma prima, só isso.
— Se eu não tivesse chegado aquele dia você teria saído com ela?
— Ana...
— Responda, Cristian!
— Sim, eu teria saído com ela. Mas não para isso que você está pensando.
— Ah não? Eu percebi muito bem o jeito dela, Cristian. Faria qualquer coisa para dormir com você.
— Ela poderia ter feito o que quisesse que eu não dormiria com ela.
— Eu sei que dormiria, você estava com raiva de mim por causa daquele episódio ridículo!
— Ridículo? Você sair com aquele doutorzinho para um passeio foi realmente a melhor escolha não é mesmo?
— Não queira mudar de assunto. Eu vi muito bem como ela me olhou no dia que veio aqui.
— Primeiro lugar ela não deveria ter vindo e segundo, eu não dormiria com ela e sabe porque não? — Ele senta na beirada da cama. — Porque a única pessoa que eu quero é você. Escute bem o que eu vou te dizer, ela não me interessa em nada é você que eu quero. Se eu a chamei naquele dia foi apenas para uma companhia. Apesar de ter seu jeito torto ela é divertida.
— Você estava indo tão bem Cristian Grey, até dizer que ela é divertida.
—  Qual é Ana, eu estou tentando, mas você parece que não me dá escolha. — Ok, Ana. Está na hora de baixar a guarda.
— Desculpe, me desculpe. É que ela é tão mais do seu nível do que eu.
— Isso não tem absolutamente nada a ver. Agora prometa que vamos esquecer disso.
— Tudo bem eu prometo. — Seu beijo é como minha salvação. — Agora estou bem melhor.  — Ele sorri.
— É esse sorriso que eu quero ver.
— Cristian, sua mãe me disse que sua irmã ia adiar os preparativos do casamento por causa... você sabe, porque eu estou doente.
— Sim, ela comentou comigo.
— Eu não quero que ninguém pare de fazer nada por minha causa.
— Claro que não, inclusive você vai comigo.
— Espera, não entendi.

— Eu conversei com a Mia e sabia que você não iria querer que ela interrompesse os preparativos.
— Mas espera, você disse que não queria que ela se casasse.
— Se é isso que ela quer eu não vou me intrometer. E respondendo a sua pergunta, nós vamos juntos ao casamento.
— Cristian, eu não posso ir.
— Porque? Vamos conversar com o médico e garanto que não vai haver problemas.
— Como que eu vou? Você já viu como eu estou?
— Sim, eu estou vendo.
— Cristian, quer mesmo aparecer comigo assim?
— Ana, você não tem que ter nenhuma vergonha. Você está é linda. Eu só espero que você aceite ir comigo ao casamento.
— Posso pensar?
— Claro que pode. Mas eu já disse a Mia que íamos então...
— Cristian Grey! O que eu vou fazer com você?
- Por enquanto nada. - Eu fico imaginando o que poderiamos fazer se estivessemos sozinhos.
- Com licença. Eu trouxe sua sopa.
- Parece que é só isso que eu posso comer.
- Por enquanto é só isso. Bom acho que você não precisa da minha ajuda. Qualquer coisa me chamem.
- Obrigada.
- Posso saber do que você esta rindo?
- É que eu sei que ela te acha um gato.
- Não tente mudar de assuntos, vamos comer.
- Você sabe quando o médico vem?
- Eu acredito que amanhã logo cedo. Porque?
- Eu li algumas coisas que me deixaram preocupada.
- Sobre o que?
- Eu li que a quimioterapia pode prejudicar a fertilidade. - Eu percebo uma mudança visivel no olhar dele. - Cristian? Tudo bem?
- Sim, está.
- Cristian, você pretende ter filhos não é?
- Claro, mas não agora. Não me sinto preparado para ser pai.
- Não achei que você ficou muito feliz.
- Ana, acho que ainda é cedo para falar sobre filhos. Quero casar, te levar pra conhecer o mundo, podemos pensar em filhos depois. Mas você pode levantar essa questão com o médico.






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