Jogo Perigoso. Cap 09

- Agora, falando sério, não o desafie mais dessa maneira. Eu tenho medo do que ele pode fazer.
- Eu pretendo não ver aquele homem nunca mais, Kate.
- Acho que vai ser melhor mesmo. Eu espero voce na minha casa?
- Sim, vou me arrumar ai e em seguida vou para a boate.
- Tem certeza de que não é melhor ficar na minha casa essa noite? É mais seguro, Ana. - Estou rindo.
- Kate, ele não é nenhum psicopata.
- Eu não tenho como saber e voce tambem não. Eu tenho medo de deixar voce ir se apresentar e que ele apareça lá.
- Isso não vai acontecer, não se preocupe. Bom, eu vou passar em casa pegar algumas roupas, tomar um banho e a noite eu te encontro.
- Ok, eu te espero. Se cuida.
- Voce tambem, até logo. - Eu desligo.


-Meu amor, tem certeza de que voce vai ficar bem na casa da Kate? - Ele pergunta, segurando meus braços delicadamente.
- José, por favor, claro que eu vou ficar bem. Kate é a minha melhor amiga. - Ele sorri.
- Sim, é minha amiga tambem. Bom, então eu passo buscar voce depois do trabalho.
- Não precisa, eu já falei com a Kate, eu vou dormir lá.
- Tem certeza?
- Claro que sim, agora vamos senão voce vai se atrasar. - Quero discutir seriamente com o Brad como vai ficar a minha situação. Se ele me falar que não teve interesse por parte dos donos das escolas de danças eu vou definitivamente parar de dançar. Eu estou cansada dessa vida de ficar me escondendo, isso é cansativo.
Desço rapidamente do carro e pego a minha mala que coloquei no banco de trás.
- Vou sentir sua falta essa noite. - Ele me beija.
- Eu tambem vou sentir.
- Jura que vai ficar bem?
- José... - Reviro os olhos.
- Tabom, ok... - Ele ri. - Eu já estou indo.
Subo rapidamente para dentro do apartamento, depois da despedida desconfiada do José do lado de fora. Eu sei que ele na verdade queria perguntar se eu e Kate vamos sair.
- Ana! - Ela me abraça.
- Eu não fui sequestrada. - Ela ri.
- Não seja boba! Vamos entre. - Eu me sinto muito a vontade aqui, mais do que na minha propria casa.
- Eu tomei uma decisão e queria saber o que voce acha. - Ela se acomoda na sua poltrona favorita que fica na sala.
- Sente- se e me conte porque eu ja estou curiosa. - Me acomodo no sofá.
- Então, eu vou dar um ultimato ao Brad. Se ele não tiver nenhuma novidade para mim hoje, eu vou sair. - Ela respira fundo.
- Você não esta fazendo isso pelo José esta?
- De uma forma sim.
- Ana! - Ela grita. - Voce já sabe a minha opinião sobre isso.
- Kate, isso que eu faço... é errado.
- Errado? Voce nao esta fazendo nada errado! Voce esta lutando pelo seu sonho. Sonho que seu marido nunca apoiou.
- Eu sei disso, mas eu não posso ficar a minha vida inteira fazendo isso, Kate. Estou cansada! Eu quero muito fazer isso acontecer, mas não dessa forma.
- Ok, Ana. Ok. E o seu casamento?
- Podemos deixar o meu casamento por um momento? - Ela sorri.
- Tudo bem, senhorita decidida. Vamos, eu vou fazer a sua maquiagem e depois vou levar voce, senão vai chegar atrasada.
- Não quer se apresentar comigo hoje? - Kate já foi algumas vezes comigo, afinal fazemos aulas juntas.
- Eu até iria, mas hoje não estou muito afim. Conheci um carinha e ele vai vir aqui hoje. - Conheço essa cara, depois ela se decepciona e eu que tenho que colher os caquinhos.
- Fico feliz em saber que conheceu alguem. Posso saber quem é?
- É um cara que eu conheci esses dias, no momento certo voce vai saber, mas agora vamos começar a maquiagem.
Eu me recordo da ultima vez que Kate ficou tao animada com um cara. Eu demorei mais de uma semana para fazer com que ela saisse do quarto. Kate se entrega de cabeça em tudo o que faz e isso acaba fazendo com que ela sofra mais rapido. Por isso que ela acha que eu deveria terminar meu casamento logo, mas eu já não gosto de pensar que as coisas tenham que acabar assim.

- Como voce vai embora? - Ela me pergunta ao parar com o carro na porta da boate.
- Eu pego um taxi.
- Ana, eu posso te buscar.
- Não precisa, Kate. Aproveite a sua noite.
- Se cuide e qualquer coisa me ligue.
- Pode deixar. - Dou um beijo nela e desço rapidamente do carro, não posso dar bobeira no lado de fora.
- Querida! - Ele corre em minha direção.
- Oi, Brad.
- Eu estava preocupado, voce nao me ligou mais.
- Me desculpe, é que eu estava com alguns problemas. Na verdade, precisamos conversar....
- Podemos conversar depois que voce se apresentar?
- Sim, claro.
- Ótimo. - Ele sorri. - Hoje estamos lotados. Ele sai correndo da sala.
- Vamos, Ana. - Eu me encaro no espelho. Hoje estou usando um body azul com uma saia preta, é o meu favorito. É confortavel e me deixa mais a vontade para dançar. Preciso ser o mais profissional possivel.
Assim que as luzes se apagam a musica começa, entro lentamente no palco. Este é o meu momento, é o momento em que mais me sinto eu mesma. A conexão com a musica é coisa que mais me acalma nesse mundo.
- Ei! O que pensa que esta fazendo? - Escuto uma voz masculina gritando e como em uma passe de mágica estou balançando sob um ombro, sendo levada dali como uma criança.
- Mais o que é isso? - Eu grito. Eu nem ao menos vi quando ele se aproximou. As luzes não me deixam ver muito bem.
- Você não pode fazer isso! Coloque ela no chão!
- Brad! - Eu grito.
- Taylor, cuide disso para mim. - Taylor? Merda! Merda! Merda! É ele! Cristian Grey.
- Me coloque no chão agora! - Eu não acredito que ele teve essa audácia! Saimos da boate, a rua não esta movimentada, isso me deixa menos constrangida. Ele abre a porta do carro com uma mão enquanto me segura com a outra.
- O que pensa que esta fazendo? - Ele não diz absolutamente nada, apenas me coloca dentro do carro e fecha a porta. Espero ele dar a volta e entrar no lado do motorista.
- Você esta maluco! Sabia que isso é sequestro? - Ele esta compenetrado, sério e parece apressado. Ele acelera o carro e saimos. Eu suponho que o motorista esta com outro carro.
- Eu quero sair daqui! Quero que voce me leve de volta! - Ele não diz nada, apenas respira fundo.
- Você é surdo? - Eu grito. Meu corpo cola ao banco assim que ele para o carro subitamente.
- Me de as mãos. - Ele diz.
- Não vou fazer isso.
- Não seja teimosa! - Ele aumenta o tom de voz. Pelo jeito o poderoso Cristian Grey sabe ser indelicado. Estendo minha mão direita.
- As duas. - Ele diz. O contorno dos seus labios são perfeitos. Assim que eu estendo as duas mãos ele segura firme e algema. Eu fico perplexa. Ele acabou de algemar as minhas mãos, no meio do transito!
- Como.... - Tento soltar, mas a tentativa é em vão. - De onde voce tirou isso? - Ele sorri.
- Voce ficaria surpresa.
- Porque me algemou? Voce é algum policial por um acaso?
- É só para o caso de você querer fazer alguma loucura. - Respiro fundo.
- Cristian, me leve para a casa.
- Quando chegarmos ao meu apartamento eu...
- Seu apartamento? - Estou rindo. - Eu preciso voltar para a minha casa! Eu achei que tivesse sido bem clara quando disse...
- E eu achei que estivesse sendo bem claro agora, Anastasia. - Seu olhar é autoritário e sexy. Esse homem não pode ser real.