Tudo com tudo

Mal consegui fechar os meus olhos. Tudo fica se repetindo varias e varias vezes na minha cabeça. Eu queria que tudo isso fosse apenas um sonho ruim que a qualquer momento pode acabar, mas sei que não é assim. Eu sei que tenho que encara-lo, mas estou há mais de quinze minutos parada olhando para a porta. Eu não quero chorar, não quero demonstrar o quanto estou frustrada e cansada de tudo o que está acontecendo. Ainda tem o meu filho, que eu nem posso ver. Respiro fundo, preciso ser forte, preciso por mim e pelo meu filho. Assim que saio do quarto eu o vejo. Ele está sentado no sofá. Não paro para falar com ele, qualquer contato visual agora vai ser demais para mim. - Ana? - Ele vem atras de mim. Vou para cozinha fingindo não escuta-lo. - Senhora, bom dia. - Bom dia, Senhora Jones. Por favor, me chame de Ana. - Anastasia? - Ele pergunta. - Senhora Jones, pode me deixar sozinha com o Senhor Grey. - Sim, senhora. Quero dizer Ana. - Ela sai. Meu Deus, sera que estou deixando

- Acha que pode me levar para a casa? - Achei que tinha aceitado ir jantar comigo. - Não sei se eu devo... - Acho que tudo o que poderia acontecer já aconteceu aqui e agora. - Pensando bem ele tem razão. Se não conversarmos e tentarmos acertar as coisas, nunca vamos evoluir. - Está bem. - Ele sorri. - Ótimo, eu conheço um lugar aqui perto. - Ele parece tão animado, tão entusiasmado com a ideia de começarmos denovo. Eu tenho medo. Medo de que isso faça parte apenas de um capricho dele e que na verdade nada tenha mudado realmente. O restaurante é bem o estilo dele, eu gostei muito do lugar. Parece bem reservado e tem poucas pessoas. - É um ótimo lugar para uma conversa. - Já trouxe alguem aqui? - Ele se encomoda com a pergunta. - Não Anastasia. - Eu quero entender o que ele está pensando, quero saber como se sente com relação aos meus sentimentos e quero saber o porque esse estilo de vida. O garçom se aproxima da mesa. - Por favor, pode me trazer um suco de laranja.

Estavamos bem. Quero dizer, estavamos nos recuperando do acontecido com o meu filho. Agora vem essa noticia do Elliot arrasando os nossos corações. Começo a pensar que essa paz que tanto procuramos na verdade nunca vai existir. - Ainda está acordada? - Não consigo dormir Cristian. - Ana, você precisa descansar. Já quase amanheceu o dia. - Eu sei e me sinto cansada, mas meus olhos parecem que não querem fechar de nenhum jeito. Teve alguma noticia? - Na verdade não. Mas daqui a pouco eu vou até o hospital saber se teve alguma mudança no quadro dele. - Eu queria tanto poder estar bem o suficiente para poder ir com você, ficar ao seu lado. - Você já esta ao meu lado, Ana. Eu preciso que você fique bem para que eu possar tentar ficar bem, entende? - Eu sei, mas sinto que meu filho precisa de mim, e eu nao estou ao lado dele... - Ei...por favor não fique assim. Eu prometo que vou ve-lo assim que chegar ao hospital e ligo para você, tudo bem? - Eu confio em você. - Ele sorr

- Então eu vou voltar para o apartamento. - Você não deve ter nada lá para se manter... - Não quero que você compre nada para mim, Cristian. Eu já disse para você uma vez que eu tenho tudo o que eu preciso no apartamento, inclusive roupas. - Eu não disse nada sobre roupas. - Eu sei que estava pensando em dizer, então eu já estou me adiantando e dizendo que realmente não precisa de nada. - Então você mesmo embora hoje? - São muitas informações para processar Cristian. Eu realmente preciso de um tempo para ficar sozinha. - Tudo bem, se você precisa desse tempo eu posso lidar com isso. - Ótimo. – Me aproximo e dou um beijo em suas bochechas. - Vou pedir para que Taylor leve você e um dos seguranças vai ficar lá. - Combinado, Senhor Grey. Estou feliz por as coisas terem acabado dessa forma, aliás, recomeçados dessa forma. Ainda não vou ligar para a Kate e dizer que eu voltei, é melhor esperar até que eu possa me instalar. Não sei até que ponto ele vai conseguir mudar, eu j

Acordo assustada. Cristian não está ao meu lado. Minha cabeça dói e parece que não consegui dormir direito. - Porque já está acordada? – Ele está parado na porta. - Não consegui dormir muito bem. Estou sentindo falta da nossa cama. – Ele sorri. - Para falar a verdade eu também não consegui dormir direito. Estava no escritório resolvendo algumas coisas. - Tudo bem? - Nada que você tenha que se preocupar. Como está se sentindo? - Estou bem. Só não consigo parar de pensar no nosso filho. - Ele está bem Ana. Tem pessoas que estão cuidando dele vinte e quatro horas, quando você menos esperar ele vai estar com a gente. - Eu espero mesmo que você tenha razão. – Suas mãos tocam o meu rosto. - Está com fome ou quer beber alguma coisa? - Água, por favor. - Eu esperava que fosse querer, por isso eu já trouxe. O doutor disse que por causa da medicação você ia ter muita sede. - Ele tem razão, minha boca está seca. - O tempo está literalmente acabando la fora. O clarão dos raios

- Quem é você? O capitão da Swat? Como entrou no avião? - Eu pensei a noite toda no que você me disse. - No que exatamente? - Sabe o que é olhar no espelho e não saber mais quem você é? - Não sei aonde você quer chegar. - Eu quero entender você, Ana. Quero saber exatamente como voce se sente, com relação a tudo. - Não sei como isso daria certo. Cristian, minha mae estava me esperando... - Eu liguei para ela. - O que? Não, não... Você ligou para a minha mae? - Sim. - Com que objetivo? - Ele está relutante. Nunca pensei que o veria assim. - Eu disse que você não iria viajar por enquanto, pois eu como seu namorado precisava de você aqui. - Eu engasgo com a minha propria saliva. - Namo... Espera. - Respiro fundo. - Você meu namorado? - Soa muito mais estranho com você falando dessa forma. - Namorado, Cristian? - Dependo da sua resposta agora... - Não. Você não pode ter mudado do dia para a noite. Não a ponto de me querer como namorada. Daqui a pouco você vai dizer que

- Ana, você terá que me prometer uma coisa. - O que? - Que não vai se preocupar tanto com o sonho que teve. - Você acredite ou não, mas eu estou tentando muito não me preocupar com tudo isso. Só que foi tão real, Cristian. Eu não consigo entender o que aconteceu, não entendi porque ela apareceu nos meus sonhos dessa forma. - Eu já disse que foi apenas um sonho ruim. Foram muitas coisas em poucos dias, isso é normal. - Eu não suporto mais ficar aqui, Cristian. Estou ficando mais doente do que se estivesse em casa. Você está aqui a maioria do tempo, mas é horrível. - Eu sei que sim amor, mas eu não posso arriscar levar você e eu quero que entenda isso. - Como assim arriscar? Então quer dizer que eu posso ir embora? - Eu conversei com o médico, ele me disse que poderia deixar você prosseguir com os cuidados em casa. - E o bebe? - O bebe não pode sair, Ana. Pelo menos não por um tempo. - Porque não me contou isso? - Eu tenho medo de não conseguir manter você segura em casa

Estou esperando o médico vir até o quarto para que eu posso ir embora. Christian teve que voltar para a empresa, mas Tayor ficou para me levar. -Senhorita Steele, me desculpe pela demora. - Ainda estou com vergonha. - Não tem problema. - Bom, pelo que eu vi nos seus ultimos exames, você já está pronta para ir para casa. - Muito obrigada, doutor. - Por favor, Anastasia, se quer realmente fazer alguma mudança no seu corpo, fale com um médico. Não utilize nenhuma substancia desse tipo. - Me sinto uma criança que desobedeceu os pais. - Eu sei que foi uma burrice. Eu já aprendi essa lição. - Ele sorri. - Ótimo. Então pode ir para a casa. Tomo um banho no hospital e logo depois de terminar de me arrumar encontro com Taylor do lado de fora. - Senhorita Steele, como está? - Estou bem, Taylor. Obrigada. - Anastasia? O que houve? - Leila? - Ela esta parada bem na nossa frente. Droga! O que ela quer aqui? Taylor está mais chocado do que eu. - Taylor, pode nos dar um momento?