Jogo Perigoso. Cap 8

- José, eu preciso ir para o trabalho, podemos falar disso mais tarde?
- Sim, claro. Você sabe que eu nao gosto de deixar voce sozinha em casa, ainda mais a noite.
- Eu... eu poderia ficar na casa da Kate. - É o unico jeito de eu convence-lo.
- Talvez seja melhor, pelo menos vai estar acompanha de alguem.
- Ótimo! Então nos falamos a noite. Só mais uma pergunta....
- O que foi?
- O Senhor Grey vai participar da reunião?
- Ana, eu não tenho como saber isso. Acho que nem é conveniente perguntar. Provavelmente ele deve ter algum compromisso e não vai poder comparecer.
- É, bem provavel.
- Eu ficaria o dia todo falando com voce, mas preciso realmente ir.
- Claro! Eu tambem tenho que ir.
- A tarde nos falamos melhor.
- Ok, até. - Eu desligo.
Pergunta imbecil, Anastasia. É claro que José não iria saber de nada. Talvez eu nem devesse ir, eu já disse a ele que eu não ia, mas se eu for pelo menos eu me livro disso, de tudo isso.

Entro rapidamente na SIP. Não quero falar com ninguem e tambem não quero discutir sobre nada.
- Senhorita Steele! Senhorita! Espere. - Hanna já esta correndo atras de mim.
- Oi, Hanna. O que houve?
- Esta tudo bem? - Claro que ela ia perguntar, eu nem ao menos troquei de roupa para vir. Estou usando uma calça jeans, uma blusa de moletom preta e meu tenis all star.
- Estou bem, o que houve?
- O comprador da SIP esta na sua sala. - O que? Comprador?
- Comprador? Como assim, Hanna?
- Por isso eu estou tão nervosa, Senhorita. Ninguem avisou nada!
- Aonde esta o Senhor Harrison? Conseguiu localiza-lo?
- Não, já liguei milhares de vezes no celular.
- Quem é o Senhor que veio tratar da compra? - Ela se embaralha um pouco com os papeis.
- Só um momento. - Ela olha na agenda. - É o Senhor Grey. Isso mesmo, Senhor Cristian Grey. - Só pode ser piada.
- O que? Cristian Grey? Interprises Holdings? - Eu digo, na esperança de que talvez exista outro com o nome igual.
- Exatamente. Senhorita, ele ja esta aqui faz algum tempo.
- Pois vai continuar.
- Como assim? - Ela arregala os olhos.
- Diga a ele que eu... que eu tive que sair! Um compromisso, uma reunião, qualquer coisa!
- Senhorita, mas eu...
- Hanna, só faça o que eu disse. Diga que eu não posso recebe-lo. Tenho certeza de que o David vai ter um imenso prazer em falar com ele.
- Senhorita, mas ele disse que queria falar com você.
- Estou indo, Hanna. Faça apenas o que eu disse.
- Então a Senhorita não vai voltar a tarde?
- Não, eu não volto mais hoje. Hanna, você já trabalhou demais essa semana, hoje é sexta feira, tire o resto do dia e bom final de semana. - Vou saindo antes que alguem me pare. Não estou preparada e muito menos vestida a altura de uma reuniao de negócios, ainda mais com esse homem.
- Para voce tambem, Senhorita Steele.
Estou andando pela rua como uma pessoa que esta fugindo da policia, ou de qualquer outra pessoa. Como ele teve coragem de me procurar no meu trabalho? Esta com desculpas para comprar a SIP, com toda a certeza. Afinal, ele pode fazer isso. Estou com a garganta seca de tanto nervoso, preciso beber alguma coisa. Entro em um barzinho que fica perto da SIP, preciso de um chá, café, qualquer coisa.
Chego perto do balcão e coloco a minha bolsa no outro banco. Minha vida hoje, será resumida em parar em estabelecimentos para comer e beber, mais beber do que comer.
- Vocês tem café fresco? - Droga! Eu conheço essa voz. Olho em camera lenta para o lado e o vejo, ali, parado! Sentando no banco ao meu lado. Isso não é possivel!
- Ora, ora, Senhorita Steele, que prazer. - Puta merda. Fico sem fala. Completamente sem fala.
- O que... o que você faz aqui? - Eu pergunto.
- Passei para pegar um café.
- Com licença! - Pego minha bolsa e saio rapidamente dali, deixando ele falando sozinho.
Quando me aproximo da calçada sinto uma puxada no meu braço.
- Espere um pouco, você é muita rapida!
- Puxo o meu braço imediatamente. - O que você quer de mim? Porque esta me perseguindo? - Ele sorri.
- O que faz voce pensar que eu estou te perseguindo?
- Eu sei que foi voce, sei que voce convocou José para aquela reunião estupida.
- Não fale assim, os investidores Japoneses vão ficar ofendidos.
- Foi voce Cristian? Voce fez aquilo?
- Ele é um funcionário. Foi convocado como outro qualquer.
- Nos vimos quantas vezes? - Estou rindo. - Duas na vida? E agora voce fica me perseguindo para todos os lados?
- Acredite, não estou perseguindo você. Isso não faz meu estilo. Eu já disse que o que eu tenho para falar com voce é estritamente profissional.
- Tão profissional que quer me ver a noite em sua casa? - Ele me encara. Agora sua expressao esta séria.
- Ossos do oficio, Senhorita Steele.
- Não entendi.
- Acredito que hoje a noite voce irá entender.
- Não vou me encontrar com você em lugar nenhum! E para de me perseguir seu maluco doente ou eu chamo a policia, ouviu? Não tenho medo de você como todo mundo, faça o que tiver que fazer! - Não sei como tive coragem, mas as palavras saem da minha boca como um vulcao em erupçao. Estou tao cansada, tão esgotada que nem quero mais discutir. Saio correndo dali.

- Não! - Ela grita ao telefone. - Ana, voce esta ficando maluca?
- Não vou deixar esse cara me assustar, Kate.
- Eu ja falei com voce sobre isso. Ele sabe de tudo! Não medo que ele conte ao José?
- Foi justamente isso que eu disse a ele, faça o que tiver que fazer.
- Voce perdeu completamente o juizo!
- Não, Kate. Quem perdeu o juizo foi ele! Ir me procurar no meu trabalho? Isso ja é demais!
- Já parou para pensar que ele pode estar falando a verdade?
- Verdade?
- Sim! Ele realmente pode estar interessado em comprar a SIP e tambem poder ter ido até aquele bar por um acaso.
- E a reuniao Kate? Eu vi o olhar dele quando eu o coloquei na parede perguntando se ele tinha mesmo convocado o José de propósito.
- Ana... olha, é melhor conversamos direito no apartamento hoje. Voce vai ficar mesmo comigo?
- Eu vou ao apartamento, mas vou aproveitar e ir até a boate.
- Tem certeza de que é bom voce ir lá hoje? Esta nervosa.
- Eu vou, Kate. Não posso simplismente abandonar agora.
- Então não vai mesmo encontra-lo?
- Pretendo não ve-lo nunca mais! Depois do que eu disse dificilmente ele irá querer me ver- Ela ri.
- O que foi, Kate?
- Voce gosta dele, Ana.
- Eu? - Estou rindo.
- Claro! Esta evitando ao máximo encontrar com ele.
- Eu não achava que evitar uma pessoa significa que voce gosta dela.
- Voce tem que admitir, Ana. Aquele homem é muito gostoso!
- Kate, voce já sabe, eu....
- Já sei, Já sei. - Ela me interrompe. - Você é casada.
- Exatamente.
- Eu queria ter um homem desses correndo atras de mim e me perseguindo.
- Não diga bobagens, Kate. - Ela ri