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Jogo Perigoso. Cap 38



- Já que você tocou nesse assunto, acho que minha mãe deveria ser a primeira. Isso vai ser tão difícil. Você poderia ligar para ela, por favor?
- Claro, eu falo com ela.
- Diga que eu estou no hospital, mas que estou bem. Pergunte se ela pode vir até Seattle. Eu odeio como isso vai atrapalhar a vida de todo mundo.
- Ana, você é mais importante do que qualquer coisa agora. Vou sair para fazer a ligação e deixar você descansar um pouco ok?
- Obrigada por tudo. – Ele beija a minha testa delicadamente.
- Eu volto logo.

Um lugar escuro.
Escuro e com várias pessoas.
Pessoas das quais eu nunca vi antes.

Abro meus olhos. Quanto tempo será que passei dormindo?
- Olá. – É o doutor Steve.
- Doutor? Tudo bem? – Ele sorri.
- Eu estou bem e você?
- Um pouco confusa, mas estou melhor.
- Anastásia, eu preciso conversar com você.
- Aconteceu alguma coisa?
- Eu sinto que seu namorado não se sente muito a vontade comigo.
- Por favor, me desculpe pelo Cristian. Ele é assim mesmo, muito...
- Ciumento? É eu percebi. Bom, eu sou médico e é natural que eu me identifique com alguns pacientes mais do que outros. – Opa. – Eu me identifiquei muito com você. Por isso quero ajuda-la e prometi me empenhar para isso.·.
- Eu agradeço muito pela sua dedicação.
- Quero falar com você sobre a quimioterapia. Pretendo começa-la o mais rápido possível.
- Quando?
- Antes de falar sobre o inicio eu gostaria de falar com você sobre algumas coisas que envolvem a quimioterapia.
- Do que se trata?
- Primeiro eu queria dizer que achei melhor conversar com você sobre isso sem o seu namorado. Acho que não poderíamos conversar tão livremente. – Ele tem razão.
- Tudo bem, eu concordo.
- Certo. Acho que você já ouviu falar que a quimioterapia faz com que a queda de cabelo seja inevitável. – Um arrepio percorre a minha espinha.
- Sim, eu já sei disso.
- Ana, eu já passei por essa situação diversas vezes. Sei que algumas pessoas preferem que o cabelo caia aos poucos e outras que preferem raspar a cabeça de uma vez. Fique sabendo que a escolha vai ser absolutamente sua.
- Não sei qual seria pior.
- Você vai ficar muito fraca no inicio, sem apetite, com náuseas, mas tudo isso é normal do procedimento.  Você fica linda de qualquer forma, não se preocupe. – Acho que esse comentário foi desnecessário.
- Minhas opções ficam cada vez melhores. – Ele se aproxima e coloca suas mãos em cima das minhas.
- Quero que saiba que sempre vai poder contar comigo, não apenas como médico, mas como um apoio. Sempre. – Confesso que o olhar dele mexe comigo de uma forma estranha. A presença dele faz com que eu me sinta estranha.  Puxo minha mão.
- É... Muito obrigada pelo apoio doutor. Eu pretendo começar esse tratamento o mais rápido possível. Afinal não tenho escolha.
- Você está em ótimas mãos. Minha equipe é muito qualificada.
- Posso perguntar uma coisa?
- Claro.
- Você comentou que perdeu uma filha de câncer. – Ele senta.
- Sim, ela tinha apenas dez anos. Foi tudo tão de repente.
- Se não quiser falar sobre...
- Não, tudo bem. Eu não me importo.
- Você é casado?
- Não, eu me separei da minha esposa há muito tempo. Quando descobrimos a doença eu já estava morando sozinho.
- Eu imagino que deve ter sido muito difícil.
- Foi à coisa mais difícil que eu já tive que fazer me despedir da minha filha. Minha mulher me culpa até hoje.
- Não vejo como isso pode ser culpa sua.
- Ela diz que a nossa separação enfraqueceu nossa filha, mas a verdade é que o estágio da doença estava muito avançado. Minha filha teve Leucemia, um tipo raro. Ela faleceu em menos de um mês.  Eu tenho uma foto dela aqui. – Ele procura a foto na carteira.
- Ana? – Eu juro que não precisava disso agora.
- Senhor Grey, como está?
- Eu estou atrapalhando?
- De forma nenhuma. Eu estava apenas conversando com a Senhorita Steele.
- Entendi. Eu poderia ficar sozinho com a minha namorada?
- Claro que sim. Eu passo mais tarde.
- Obrigada doutor.
- Se precisar toque a campainha. – Ele se retira rapidamente.
- Cristian, o que foi isso?
- Eu estou achando que esse médico ainda não se tocou.
- Está se ouvindo? Ele se preocupa comigo como paciente. Não é nada disso que você está pensando.
- Claro, eu sei exatamente como ele quer você. O que ele ia te mostrar?
- Apenas a foto da filha que faleceu.
- Claro, está usando isso para que você fique com pena dele.
- Você está mesmo falando sério? Porque eu não consigo acreditar.
- Acredite, ele quer você. – Estou rindo.
- A sua paranoia faz com que eu me divirta um pouco pelo menos.
- Precisamos falar com ele sobre o seu tratamento.
- Ele veio aqui falar sobre isso.
- Como assim? Sem ninguém da família junto com você?
- Cristian, ele apenas queria falar sobre...
- Esse cara só pode estar de brincadeira. Você não vai continuar nesse hospital.
- O que? Cristian acho que você não está entendendo. Eu estou doente. A minha doença pode me matar e você preocupado com o médico? Estou fraca e a quimioterapia irá me deixar ainda mais fraca . Quer mesmo perder tempo me transferindo daqui? – Ele me observa atentamente.
- Você tem razão, me desculpe. Eu perdi a cabeça.  Só não quero mais que ele fale disso apenas com você.  Eu quero saber de tudo, absolutamente tudo.
- Estávamos apenas conversando e nada mais. Cristian, isso tem que parar. Essa sua desconfiança de tudo e de todos. Ele não conversa na sua presença justamente pela sua falta de compreensão.
- Eu sei, já disse que perdi a cabeça.
- Tem noticias da policia? – Tento mudar de assunto.
- O detetive do caso entendeu os motivos, mas as investigações estão em andamento.
- Leila?
- Não tive mais noticias. Talvez tenha ido embora.
- Eu realmente espero que sim.  Você conseguiu falar com a minha mãe?
- Sim, ela vai pegar o primeiro voo.
- O que você disse?
- Falei que você estava bem, mas que estava no hospital. Disse que queria muito vê-la. Fique tranquila eu não falei nada mais do que isso.
- Vai ser uma conversa difícil. – Encosto minha cabeça no travesseiro.
- Sabe que eu posso falar com ela se você quiser.
- Eu preciso fazer isso Cristian.
- Tudo bem, eu entendo.
- Que horas são? – Dormi tanto que perdi a noção do tempo.
- São sete da noite.  Precisa de alguma coisa?
- Sim, que você vá para a casa. – Ele ri.
- Eu não vou a lugar nenhum. Vou ficar com você.
- Cristian...
- Ana, nenhuma palavra sobre isso.
- Acho que não tenho mais argumentos.
- Você precisa de alguma coisa?
- Na verdade eu preciso de algumas roupas, coisas intimas... Eu não trouxe nada.
- Vou pedir para que a Senhora Jones providencie tudo, fique tranquila.
Não consigo tirar a frase eu me preocupo com você da minha cabeça. Porque ele se preocuparia comigo? Eu nunca o vi, porque tem tanto interesse em mim? Talvez Cristian tenha razão, ele pode mesmo estar interessado em mim. Quanto a isso eu não posso fazer nada, a única coisa que sei é que nunca poderia haver nada. Eu amo o Cristian, acima de qualquer coisa.





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