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Jogo Perigoso. Cap 40






- Ana, o fato é que você está em tratamento. Não quero de forma nenhuma que você fique se preocupando com outras questões. – Ele segura forte a minha mão.
- Você sabe que momentos muito ruins estão por vir não sabe.
- Ana, como assim... Não diga isso.
- Não posso tratar tudo isso de uma forma normal Cristian. Não posso fingir que está tudo bem, quando eu nem sei mais até quando pode durar a minha vida.
- Não estou pedindo que você finja. Apenas pedindo para que você seja um pouco otimista.
- Com licença. Senhor Grey, eu disse que a paciente precisa descansar.
- Eu já estou indo.
- Enfermeira, ele não pode ficar.
- Infelizmente eu não posso autorizar Senhorita. Além disso, eu coloquei um remédio no seu soro que vai fazer com que fique sonolenta daqui a pouco.
- Eu já estou saindo.
- Antes de o Senhor sair, eu só gostaria de comunicar que as sessões de Quimioterapia começam amanhã.
- Amanhã? Eu não fui comunicado disso.
- Cristian, por favor, sou eu quem vou fazer.
- Eu deveria saber, eu disse que queria saber de tudo. – Ele não pode saber que eu estava falando com o médico sobre isso.
- Senhor Grey, as coisas aqui acontecem rapidamente. Acredite nossa intenção não é esconder nada do paciente e nem da família.
- Claro que sim, nós sabemos. Cristian, agora você tem que ir.
- Tudo bem, eu vou deixar você descansar. – Ele se aproxima e beija suavemente a minha testa. – Tem certeza que vai ficar bem aqui sozinha?
- Eu vou ficar bem. – Ele sorri.
Eu não quero que ele me veja como eu realmente estou. Só Deus sabe a força que eu estou fazendo para me manter forte, para dizer que eu estou bem. Não quero que ele sofra, não quero que ele crie falsas esperanças com relação ao meu tratamento. Porque eu não consigo ter nenhum pensamento positivo diante de uma situação dessas? Geralmente quem fica doente, tentar se manter forte, tenta manter o pensamento positivo, mas não. A única coisa que eu consigo pensar é como tudo vai ser se eu for embora.

- Bom dia, Anastásia.
- Doutor? – Minha visão está um pouco turva.
- Cheguei cedo. Como está?
- Estou bem.
- Pelo jeito você dormiu muito bem.
- Na verdade foi como uma anestesia geral. - Ele ri.
- Eu fiquei sabendo de uma visita indesejada que esteve aqui ontem. Eu sinto muito por ter liberado, eu realmente não sabia.
- Não se desculpe. É uma pessoa que não tem tanta importância agora.
- Bom Ana, eu queria mesmo poder ficar aqui falando somente de coisas bonitas com você. Só que eu preciso entrar em um assunto um pouco chato.
- A Quimioterapia
- Infelizmente sim. Temos que começar o mais rápido possível. Você ficou esse tempo tomando alguns medicamentos na veia para fortalecer, já que eu estava preocupado com a sua anemia. Só que agora temos que começar.
- Doutor...
- Steve, por favor.
- Está bem. Steve, eu preciso que meu namorado esteja aqui.
- Ana, veja bem. Eu só vou explicar como funciona o procedimento. Não vamos fazer nada sem ele estar aqui ao seu lado.
- Vamos começar hoje?
- No seu caso ja esperamos tempo demais. Ana, vamos começar com a Quimioterapia Neoadjuvante. Ela é realizada antes da cirurgia com o objetivo de reduzir o tamanho do tumor e, eventualmente, tornar a cirurgia mais fácil. Também pode ajudar a manter você mais tempo livre da doença, permitindo uma sobrevida maior. Logo após esse procedimento vamos realizar a Quimioterapia Adjuvante. É realizada após a cirurgia para destruir as células cancerígenas remanescentes. Isso pode ajudar a evitar uma recidiva da doença.
- São muitos procedimentos.
- Sim, são muitos procedimentos e muitos medicamentos Ana.
- Isso é em forma de comprimido ou algo assim?
- Não por intravenosa. Os medicamentos são aplicados no soro. Você vai se sentir enjoada no inicio, perder o apetite, mas infelizmente é necessário para combater a doença.
- Bom, eu não tenho muita escolha senao começar logo.
- Eu soube que sua mãe virá.
- Sim, eu pedi para que ela viesse. Sabe quando se esta em um pesadelo, mas não queria que ninguem estivesse vendo você sofrer... Não sei se consegue entender.
- Claro que eu entendo. Ana eu lido com isso todos os dias.
- Deve ser dificil.
- É sim, mas faz parte do meu trabalho. Eu nunca costumo me identificar com os pacientes, mas com você foi diferente. - Meu Deus, vamos começar denovo.
- Quero dizer, parece que nós temos muitas coisas em comum.
- É parece que sim.
- Bom dia.
- Cristian? Você chegou cedo.
- A enfermeira disse que eu não poderia entrar agora porque vocês estavam conversando. - Eu não gosto dessa cara.
- Eu apenas estava explicando os procedimentos da quimioterapia...
- Achei que tinha deixado claro que queria estar presente.
- Cristian, por favor, o doutor só estava explicando o procedimento que eu vou ter que realizar hoje.
- Então as sessões vão começar hoje mesmo?
- Sim, acho que já esperamos demais.
- E eu estou achando que você está pensando mais do que deveria.
- Cristian! Aqui não é hora pra isso.
- Não se preocupe Ana.
- Para você é Senhorita Steele!
- Senhor Grey, achei que estavamos aqui pela vida da Anastasia.
- Claro que eu estou aqui pela vida dela.
- Eu sou médico há muitos anos então não queira me dizer como agir ou falar com os meus pacientes. Eu não vou deixar que o seu ciumes atrapalhe o tratamento dela.
- Como você se atreve!
- Eu não vou deixar que você interfira no meu trabalho. - Ele altera a voz. - O médico aqui sou eu. A unica pessoa que sabe o que deve ser feito sou eu. Então por favor, me deixe fazer o meu trabalho.
- Eu só não vou fazer o que eu estou pensando agora em respeito a Ana. Agora como você mesmo disse, faça apenas o seu trabalho. Porque você não vai conseguir nada além disso acredite. - Ele ri. Eu estou perplexa.
- Eu vou preparar a medicação. - Ele sai imediatamente.
- Cristian! Pelo amor de Deus! O que foi isso?
- O que mais ele iria fazer se eu não chegasse? Não é estranho esse cara estar aqui todo dia primeiro do que eu Anastasia?
- Não! Ele é o médico e não você. Se você vai agir assim durante todo o tratamento não precisa mais vir.
- O que?
- Eu não preciso de brigas e discussões, Cristian! Será que você não tem consideração comigo? Eu estou morrendo! M-o-r-r-e-n-d-o! Ve se entende!
- Você não está morrendo, Ana.
- Isso é o que você não quer enxergar. Você continua sendo o mesmo cara que eu conheci. Você não mudou em nada. Continua me tratando como um objeto. É como se eu fosse um brinquedinho de cachorro que ninguem pode chegar perto.
- As coisas não são assim.
- Quando se preocupar de verdade comigo você pode voltar.
- Com licença, Senhorita Steele. Vamos?
- Estou pronta. Vamos.




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