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Jogo Perigoso. Cap 43




- Não conseguiram identificar se é uma mulher ou um homem?
- Aparentemente não.
- Cristian Grey, se estiver mentindo eu não me caso com você. – Ele sorri.
- Está usando de chantagem comigo Senhorita Steele?
- Preciso usar todas as armas que eu tenho, me desculpe. – Gosto da companhia dele me faz bem.
- Se aceitar meu pedido não vou mais chama-la assim.
- Assim como?
- Vou poder te chamar de Senhora Grey.
- Não sei se estou preparada para isso.
- Para que? Ser chamada de Senhora? - Ele ri.
- Não, eu estava falando do Grey.
- Qual é o problema?
- Cristian, o seu sobrenome tem peso. Eu não quero que as pessoas estendam um tapete vermelho para mim em cada lugar que eu passar só por causa disso.
- Não acho que seja dessa forma.
- Claro que é. Eu quero conseguir as coisas pelo meu próprio mérito e não porque meu marido é rico.
- Ana, você é a pessoa mais inteligente e determinada que eu conheço. Claro que você vai conseguir tudo o que quiser pelo seu próprio mérito.
- Para começar, você não acha que foi um pouco demais comprar aquele estúdio?
- Não, eu não acho que foi demais. Eu posso comprar Ana.
- A questão é justamente essa. Uma palavra muda tudo Cristian, você disse eu posso comprar. E é realmente isso, você pode comprar eu não.
- Você será minha esposa, eu posso comprar o que eu quiser para você.
- Mas a questão é que eu não preciso de nada disso Cristian. Você está aqui comigo, me ajudando a suportar tudo isso que está acontecendo e é isso que eu preciso. Não quero propriedades, carros, roupas, sapatos e nem nada disso. A única que eu quero é o seu amor, sua companhia, você.
- Você me tem por inteiro Ana. Podemos conversar sobre as roupas, sapatos e tudo mais depois que nos casarmos o que acha? – Esse homem é impossível.
- Eu ainda não disse se vou me casar com você. – Ele faz uma careta.
- Tudo bem Senhorita Steele, vou tentar viver com isso, mas achei que queria o meu amor.
- E eu quero Cristian...
- Com licença Senhorita Steele. Como está se sentindo?
- Um pouco melhor, obrigada. Enfermeira me desculpe, mas eu realmente quero saber quando eu vou poder ir para casa. – Ela se aproxima.
- O doutor me mandou aqui justamente para conversar com você sobre isso. O Senhor é? Desculpe-me é que eu assumi o turno agora.
- Cristian Grey, namorado da Anastásia.
- Prazer em conhecê-lo Senhor Grey.
- O prazer é meu.
- O doutor está em uma cirurgia de emergência e mandou dizer que passa aqui depois para esclarecer algumas coisas. Anastásia, o doutor já conversou com você sobre o caso correto?
- Sim, eu já estou sabendo de tudo.
- O seu tipo de câncer é perigoso e a forma como avançou foi realmente muito rápida e isso foi o que mais nos deixou preocupados. Nesse caso, a orientação médica é que você fique no hospital por mais algum tempo.
- Mais tempo? Eu já vi pacientes com casos piores irem para casa.
- Ana...
- Não Cristian. Como eu vou melhorar ficando presa aqui?
- Senhora Steele. Porque acha que todos tem que entrar aqui com roupas especiais? Isso é justamente para evitar qualquer tipo de contato com possíveis vírus e bactérias. Do jeito que está uma gripe forte é um risco.
- Eu já estou aqui há dias e tudo o que eu escuto é do quanto estou mal.
- Acha que está aqui há muito tempo? – Ela me olha como se fosse arrancar meus olhos. – Eu acho que preciso leva-la para a Ala C.
- Ala C? O que é isso?
- Senhor Grey, você pode acompanha-la, por favor? Quando chegarmos lá você vai ver.
- Claro.
- Vou buscar a roupa especial para que você possa ir eu já volto.


Fiquei muitos dias deitada, é um pouco difícil caminhar. Cristian está ao meu lado e posso dizer que ele está um pouco engraçado com essa roupa cirúrgica.
- Porque está rindo? – Ele pergunta.
- Você está engraçado com essa roupa.
- Fique rindo de mim agora enquanto pode. – Ele sussurra.
Chegamos a Ala C e logo me cai à ficha de onde estamos. Começo a ver nas paredes vários desenhos e coisas de crianças espalhadas para todos os lados. Até os uniformes dos enfermeiros são diferentes, cheios de figuras divertidas.
- A Ala C é onde ficam as crianças em tratamento do Câncer. Venha eu quero apresentar uma pessoinha muito especial para vocês. Só não podemos ficar aqui por muito tempo. – Caminhamos mais alguns passos até uma sala. Já na entrada, posso visualizar uma menina com não mais de sete anos de idade, ela está usando uma touca de tricô rosa.
- Alicia, eu trouxe duas pessoas para visitar você. – Um nó se forma automaticamente na minha garganta. Aproximo-me devagar.
- Olá. –Ela faz um gesto com as mãos.
- Oi querida. – Estou segurando o máximo que consigo.
- Porque vocês também estão de mascara assim como eu? – Eu me aproximo da cama.
- Porque eu também estou doente.
- Você fica com os adultos? – Estou rindo.
- Sim, eu fico com os adultos.
- Sabe o Senhor Floppy ficou comigo todo esse tempo você pode leva-lo se quiser. Ele vai te fazer companhia. – Ela segura um urso marrom de pelúcia. As lagrimas escorrem pelo meu rosto sem que eu tenha controle. Cristian permanece ao lado da enfermeira sem dizer muitas coisas.
- Esse moço é o seu namorado?
- Sim, ele é o meu namorado. – Faço sinal para que o Cristian se aproxime.
- Oi mocinha.
- Olá, como é o seu nome?
- Meu nome é Cristian.
- Eu vou te contar um segredo. – Cristian se aproxima do seu ouvido. Ela está rindo.
- O que você disse? – Os dois riem.
- Ele disse que eu vou ao casamento de vocês. – Golpe baixo Grey, muito baixo.
- Acontece que eu ainda não disse sim ao Senhor Grey.
- Por quê?
- Porque eu ainda não pensei bem sobre isso.
- Por quê?
- Ok, mocinha. Vamos ficar nesse porque eternamente. Eu vou levar a Anastásia até o quarto dela e depois volto para ver você.
- Promete que vai me chamar se precisar de mim? – Eu digo.
- Sim. – Ela sorri. Cristian se aproxima e da um beijo em sua testa. Enquanto estamos no corredor ela conta a história.
- Alicia está no hospital desde que nasceu praticamente.
- O que ela tem?
- Leucemia, um tipo agressivo. Ela passa um mês em casa e o resto do tempo no hospital. Assim como muitas crianças que estão aqui. Ela gostou de vocês, geralmente fica nervosa na presença de pessoas estranhas. Eu trouxe você aqui porque queria que visse que não é a única passando por isso, tem crianças aqui que nunca nem foram para casa.
- Eu reparei que não tinha ninguém com ela. Os pais estão aqui? – Cristian pergunta.
- A mãe sempre está por aqui, mas o pai eu quase não vejo. É uma família muito reservada. Isso acontece com muitas crianças por aqui, algumas nem mesmo tem pais. Temos um programa para ajudar crianças carentes e temos muitas aqui.
- Eu gostaria de saber mais sobre isso.
- Claro, eu posso verificar quem pode te auxiliar com isso depois.
- Eu preciso atender só um momento. – Cristian se afasta de nós.
- Posso ser indiscreta?
- Claro.
- Ele pediu mesmo você em casamento?
- Sim, ele pediu.
- Menina, eu sei que eu não deveria estar me intrometendo nisso, mas ele me parece uma pessoa maravilhosa e ainda por cima é possível ver o amor que ele sente por você através dos olhos dele. Um conselho, muitas pessoas não tem essa sorte então se você teve aproveite.
- Eu sei disso, a única coisa que eu preciso é colocar as ideias no lugar.
- Eu entendo, mas pense com carinho. Com toda a certeza ele vai esperar o tempo que for. Já passeamos muito por hoje, você tem medicação e precisa descansar.




























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