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Jogo Perigoso. Cap 44



Eu sei que os sentimentos dele são bons, sei que ele só quer me ver feliz. O problema é que ele tem muito há oferecer e eu não sei se eu posso retribuir do mesmo jeito. Eu sou uma bomba relógio, ele não pode planejar um futuro comigo.
- Você realmente é uma pessoa muito querida.
- Desculpe, não entendi.
- Tem mais uma visita. A Senhora Grace Trevelyan está lá fora e deseja vê-la.
- Claro... Por favor, pode pedir para que ela entre?
- Lembre-se que a visita não pode ser longa.
- Obrigada.
- Anastásia? – Ela coloca o rosto na porta.
- Entre, por favor.
- Me desculpe vir sem avisar, mas eu disse ao Cristian que queria vir.
- Fico feliz que tenha vindo. – Ela senta.
- Como você está?
- Agora com as quimioterapias estou ficando mais fraca, mas estou tentando ficar bem.
- Precisamos que você fique bem, principalmente o Cristian. Ele está tão atormentado esses dias.
- Cristian é maravilhoso Grace, eu só tenho que agradecer a ele por tudo.
- Ele me contou do pedido de casamento. – Droga! Deve ter contado também que eu não aceitei ainda.  – Não se preocupe com isso, querida. Eu sei bem como se sente com relação a isso.
- Eu não quero apressar as coisas, ainda mais agora nessa situação. Cristian tem uma vida agitada, uma empresa para cuidar, pessoas que dependem dele. Não posso simplesmente fazer com que a atenção dele venha toda para mim.
- Sei que sente que vai atrapalhar a vida dele, mas você não faz ideia do quanto ele mudou desde que conheceu você Ana. Eu fico muito feliz e emocionada porque depois de tantos anos agora estou conhecendo o meu filho. – Pelo jeito o relacionamento deles é mais fechado do que eu imaginava.
- Como ele era quando criança? – Ele esboça um sorrisinho.
- Cristian sempre foi uma criança muito fechada. Eu e o pai dele sofríamos para descobrir o que ele estava sentindo, se estava bem, se estava precisando de alguma coisa.
- Eu ainda não consegui tirar muitas coisas dele. Não gosto de ficar questionando muito, tenho medo do que ele possa achar.
- Ele se abre com você, bem diferente do que é com as outras pessoas. Para ele ter escolhido passar a vida toda com você, firmando um compromisso tão sério como o casamento, é porque ele te ama de verdade. – O celular dela toca. – Desculpe, preciso atender.
- Fique a vontade.
- Obrigada por me avisar, Mia. Estou visitando a Anastásia, logo vou para a casa. – Ela sorri. – Nos vemos.
- Parece animada. – Eu digo.
- Minha sobrinha chegou da Irlanda hoje.
- Não sabia que você tinha sobrinhos.
- Na verdade eu tenho sim, uma sobrinha. Ela se formou em moda há alguns anos e estava fazendo um tour por alguns lugares. Agora vai ficar hospedada na minha casa.
- Quantos anos ela tem?
- Vinte e três, o nome dela é Olivia, faço questão que vocês se conheçam. – Olivia! É a moça com quem Cristian estava ao telefone outro ia.
- Cristian nunca mencionou a prima.
- Estranho, na verdade eles mantem contato. – Porque ele nunca falou sobre ela?
- É bom saber que ele tem um bom relacionamento com a família.
- Querida, me desculpe, mas preciso ir.
- Claro, não se preocupe. – Ela me abraça. – Mia mandou-te dizer que vai para com os preparativos do casamento até que você melhore.
- Por favor, não, Grace! Não quero parar a vida de ninguém por isso, diga a ela que continue com tudo.
- Vou falar com ela. – Ela sorri. – Fique bem.
- Obrigada pela visita.
Porque ele esconderia uma prima? Por favor, Anastásia! Você não está em condições de ficar fantasiando esse tipo de coisa, se ela fosse tão importante ele teria dito.
- Oi? Minha mãe acabou de sair daqui?
- Onde você estava? – Não o vi mais depois da visita na ala infantil.
- Tive que dar uns telefonemas, me desculpe.
- Cristian quem é Olivia. – Ele fica surpreso com a pergunta.
- Me deixa adivinhar, minha mãe disse sobre ela.
- Quem é ela?
- Como você já sabe, é uma sobrinha da minha mãe.
- Sua prima?
- Eu prefiro dizer que é uma sobrinha da minha mãe.
- Sua mãe disse que vocês tem contato. Porque não me disse que ela vinha?
- Está com ciúmes? – Ele sorri.
- Ciúmes eu? Claro que não. Porque eu iria ter ciúmes da sua prima modelo.
- Ela não é modelo Ana, apenas estudou moda. Tínhamos contato há muitos anos, agora nem falo mais com ela.
- Mas ela te ligou.
- Sim, ela ligou dizendo que viria... Espera como sabe?
- Uma pessoa do hospital disse que você estava ao telefone com uma pessoa chamada Olivia.
- Não sabia que tinham pessoas me vigiando aqui dentro e também não sabia que você tinha colocado um detetive atrás de mim.
- Você sabe que a namorada ciumenta não faz meu estilo.
- É tem razão.
- Ela vai ficar hospedada onde?
- Ana, por favor. Não vamos falar da sobrinha da minha mãe.
- Tudo bem, se isso te incomoda...
- Sim, isso me incomoda. A visita dela não vai interferir em nada, Olivia nunca fica mais de uma semana em um lugar.
- Gostaria de conhecê-la.
 - Sabe que não pode receber visitas assim, ainda mais que ela veio de fora do Pais.
- Estou me acostumando com a lista de restrições.
- Como está se sentindo?
- Estou me sentindo bem, só um pouco presa.
- Eu poderia te levar para dar uma volta no jardim, mas você já fez um passeio hoje.
- É a enfermeira me disse isso agora há pouco.
- Hoje eu tenho um jantar de negócios, mas se você quiser eu posso...
- Nem pense nisso, seu trabalho em primeiro lugar Cristian. Além disso, você ficaria aqui fazendo absolutamente nada.
- Eu gosto de ficar com você fazendo absolutamente nada. – Nós rimos. – Ana, porque eu sinto que alguma coisa ainda te incomoda?
- Estou tentando levar tudo isso o mais natural possível Cristian.
- Eu sei que sim, mas eu ainda acho que tem alguma coisa que você não está me dizendo.
- Eu estou bem, acredite.

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