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Jogo Perigoso. Cap 50.





Meu coração está tão disparado que tenho medo de morrer antes do tempo. Enquanto ele corta o meu cabelo o cabelo aos poucos, uma série de memórias passam pela minha cabeça. Todas as mudanças, todos os aprendizados, todas as vezes que me decepcionei que chorei que vivi a maior felicidade que alguém poderia viver.
- Ana? Está tudo bem?
- Claro, eu só estou um pouco emocionada.
- Eu sei que é um momento difícil, mas se ajudar, você está ficando muito linda.
- Obrigada por estar sendo tão legal.
- Prontinho. Foi rápido. Quer se olhar no espelho?
- Será que eu devo? – Ele sorri.
- Claro que sim. – Mesmo estando com medo do resultado me olho no espelho. Confesso, achei que não ficou tão ruim, mas mesmo assim é um choque e tanto.
- Prefere colocar o lenço?
- Sim, prefiro, por favor.  – Fico parada enquanto ele arruma.
- Prontinho! Está linda! Mas a carinha continua preocupada.
- Só meio apreensiva.
- Querida, aquele homem que saiu daqui é o seu homem não é? – Ele me faz rir.
- Sim, estamos juntos.
- Não fique preocupada com o que ele vai pensar. Se ele te ama vai ficar com você de qualquer maneira.
- Obrigada. Eu posso falar para a enfermeira que já terminamos?
- Pode. – Respiro fundo. Sei que ele está lá na fora me esperando.
- Garota, você está ótima! – Eu o vejo entrando logo atrás dela. – Vou preparar as coisas e venho buscar você para a sessão daqui a pouco.
- Obrigada! – Não sei por onde começar a falar. – Eu sei que o lenço é diferente...
- Você está linda, Ana.
- Eu sei que não estou bonita, mas de alguma forma eu me sinto bem.  – Ele senta ao lado da cama.
- Não pense que eu estou mentindo, você está e sempre será a mulher mais linda desse mundo. E eu espero que essa mulher ainda queira se casar comigo.
- Achei que não tinha desistido.
- Eu não sou homem de desistir e você sabe muito bem disso. Por isso Senhorita Steele, eu quero saber se você ainda aceita se casar comigo.
- Claro que sim. – Ele sorri e esse é maior presente que eu poderia ganhar.
- Só estamos com um pequeno problema.
- Qual seria?
- Como vamos nos casar aqui?
- Esse é outro ponto.
- Como assim?
- Eu falei com a enfermeira sobre o seu caso.
- E o que ela disse?
- Você não precisa ficar aqui até o final do tratamento. Eu realmente quero levar você pra casa.
- Pra sua casa?
- Sim, lá você receberia toda a assistência necessária.
- Cristian, eu sei que você quer me ajudar, mas minha mãe realmente queria estar comigo.
- Ela pode ficar com você, não tem problema.
- Sei que você não gosta de ninguém na sua casa.
- Sua família será como a minha família a partir de agora. Portanto, sua mãe pode ficar sempre que quiser.
- Obrigada, Cristian. Obrigada por tudo o que está fazendo por mim. Eu sei que você está abrindo mão de muitas coisas e da sua privacidade.
- O mais importante agora é a sua saúde. Eu não queria tocar nesse assunto agora, mas eu falei com a enfermeira sobre o seu médico.
- Eu achei que já tínhamos conversado.
- Não o quero perto de você. Já falei com a enfermeira e outro médico vira para acompanhar o caso. Ele só precisa falar com o médico atual pra poder se inteirar.
- Eu realmente acho que não é necessário, mas tudo bem.
- Agora eu tenho que ir. – Ele se aproxima e beija a minha testa. – Antes da sua liberação preciso falar com o novo médico.
- Quando ele virá?
- Pedi isso para hoje. – Ele atende ao celular. – Ross? Sim, estou no hospital. Já estou indo.
- Não quero que se atrase, ficarei bem.
- Nos vemos mais tarde.
Eu sei que ele só quer me proteger, mas confesso que não gostei muito do fato de ele ter exigido a mudança do médico. Isso de certo modo me preocupa. Eu o amo e faria qualquer coisa por ele, mas esse sentimento de posse que ele sente me deixa muito desconfiada. Ele diz que me ama e eu acredito completamente no que ele diz, mas o fato de sempre pensar que ele não confia me incomoda e muito. Tenho que colocar a cabeça no lugar, não deixar que os sentimentos ruins tomem conta de mim, preciso focar no que realmente importa nesse momento, que é ficar bem e conseguir vencer essa batalha.
A pior parte do dia é ter que passar pela quimioterapia. É algo que acaba comigo, mesmo eu estando com forças para lutar, sinto que não consigo. Meu corpo fica fraco fisicamente e meu raciocínio lento.
— Trouxe uma sopinha para que você possa se alimentar melhor?
— O médico que está cuidando do meu caso está de plantão?
— Desculpe, querida, mas ele já foi embora. Algum problema?
— Não é que ele sempre costumava passar para ver como eu estou e hoje eu ainda não o vi. — Eu sinto que há algo estranho nela. — Eu fiz mal em perguntar?
— Não! Claro que não.
— Porque eu sinto que você quer me dizer alguma coisa? — Ela parece relutante em dizer, mas logo depois se abre.
— Eu não gosto de fazer fofocas e nem deveria estar te dizendo isso. Mas seu namorado exigiu que o doutor não viesse mais aqui, ele até conversou com o diretor do hospital.
— Diretor?
— Sim, afinal você está passando por um tratamento delicado e para uma mudança brusca de médico desse jeito ele teve que falar com o diretor. Afinal, ele exige saber se houve algum problema com a índole do médico.
— Eu nem sei o que dizer...
— Você não precisa dizer nada. Olha eu não gosto de me intrometer nesses assuntos, quero dizer em assuntos particulares do paciente, mas não acha seu namorado obsessivo demais?
— Ele é uma boa pessoa, só desconfia demais dos outros. Você sabe quem vai ficar com o meu caso.
—  Doutor Mason. Pelo que eu sei o seu ex médico — Ela ri ironicamente. — Já passou todas as informações para ele.
— Você sabe se meu namorado chegou?
— Eu não sei, mas se quiser eu posso verificar se tem alguém na sala de espera.
— Para quem já falou diretamente com o diretor não acho que ele vai ficar esperando por uma autorização em uma sala.
— Tem razão, foi uma estupidez da minha parte. Eu percebi que ele é um homem muito poderoso. Ele é dono da Grey Interprises não é?
— Sim, é ele.
— Imaginei. Você é uma mulher de sorte, vai se casar, provavelmente nunca mais vai ter que trabalhar...
— Não, não é porque eu vou casar que não vou mais trabalhar.
— Garota ainda pensa em trabalhar? Olha só como são as coisas, eu que sempre sonhei em nunca mais ter que trabalhar, me casei com um traste que só vive as minhas custas e você, que quer trabalhar, arrumou um ricaço. — Ela me faz rir.
— Eu sempre quis ter a minha identidade, para mim viver na sombra de um marido rico não é forma de viver, sem ofensas.
— Não se desculpe, todo mundo tem seu jeito de pensar. Eu gosto de você sabia? Vou sentir sua falta quando for embora.
— Você é uma pessoa boa, traz animo para as pessoas, é disso que a maioria das pessoas que estão aqui precisam.
— Eu já vi muita coisa sabe...
— Com licença. — É ele.
— Vou deixar vocês a sós. — Ela diz baixinho. — Senhor Grey, boa noite.
— Boa noite. — Ele fica parado perto da porta até que ela saia.
— O que você tem escondido aí atrás? — Ele sorri.
— Eu pensei que você gostaria de algo para passar o tempo até que eu possa te levar para casa, então, tomei a liberdade de trazer alguns livros. William Shakespeare, Jane Austen, Charles Dickens e Oscar Wild. Tenho certeza que você gosta de todos.
— Como sabia que eu gosto de literatura inglesa?
— Sei mais sobre você do que imagina. Espero que tenha gostado.
— Claro que sim, eu amei. Obrigada! Cristian, preciso falar com você sobre uma coisa.
— O que houve?
— É verdade que você falou com o diretor do hospital? Porque não me contou?
— Aquele cara foi até o meu apartamento te buscar, havia muito mais ali do que um simples relacionamento de paciente médico.
— Ele perdeu o emprego?
— Não, apenas não vai mais acompanhar seu caso.
— Cristian, eu tenho um pouco um pouco de medo do seu comportamento. Eu sei que você diz que faz de tudo para me proteger, mas tenho medo de que com o tempo isso se torne uma... obsessão.
— Eu realmente faço tudo isso para te proteger, mas eu jamais vou fazer de você minha propriedade Ana. Você confia em mim?
— Confio.




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