Jogo Perigoso. Cap 53

Choro de uma criança. O que escuto é o choro de uma criança. Acordo assustada.
- Ana! Como você está?
 - Onde estamos? Por quanto tempo eu dormi? - Alguns dias. Estamos no hospital.
 - Eu não aguento mais ficar assim...
 - Mais do que ninguém eu queria tirar você daqui, mas não posso querida.
 - Eu quero falar com o médico, você pode chamar, por favor?
 - Claro, eu vou pedir para que ele venha aqui. Sua mãe foi descansar um pouco, ela está há dias aqui sem dormir. Me doí muito saber que ela está sofrendo tanto. Eu queria que tudo isso fosse um pesadelo, do qual eu pudesse acordar agora.
- Bom dia, Anastásia. Fico feliz que acordou.
- Bom dia.
- Ainda não tive a oportunidade de me apresentar. Eu sou o doutor Mason e vou cuidar do seu caso a partir de agora.
 - Doutor, eu quero saber quando vou poder sair daqui.
 - O seu caso é complicado, principalmente porque você está sofrendo uma reação muito negativa com relação a quimioterapia. Ela combate as células cancerígenas, mas você fica muito debilitada.
- Doutor, daqui para frente qual é o plano?
- Estamos administrando uma medicação para te fortalecer. Isso vai fazer com que você fique pronta para retomar a quimioterapia. O importante é que a doença não avance.
 - Tenho chances?
- Ele parece ser bem experiente.
- Claro que sim. Você vai conseguir, Anastásia. Todo esse tempo foi muito difícil. Passei por muitas coisas e muitas delas vou guardar como lições para o resto da minha vida. Hoje é um novo começo e após um ano eu estou finalmente indo para casa, não para a minha, mas para a casa do Cristian. Tivemos uma conversa há alguns dias atrás e decidimos que eu iria morar com ele. Não estou totalmente curada, preciso de acompanhamento, mas já me sinto vitoriosa por ter passado por esse processo.
- Filha! - Ela me abraça. - Mãe! Muito obrigada por vir. Eu nem sei como agradecer pelo seu apoio... - Não tem o que agradecer, sou sua mãe e sempre estarei ao seu lado. - Cristian não veio? - Ele está te esperando no apartamento. Tem certeza de que vai mesmo morar com ele? É uma passo importante. - Eu o amo mãe, sei o quanto isso é louco, mas não posso viver longe dele.
— Eu só desejo que você seja feliz.
Sei o quanto minha mãe sofreu nesse período e o quanto ela esteve perto de mim durante todo esse processo. Serei eternamente grata por tudo o que ela fez por mim e quero que ela possa voltar para a casa.
— Quer que eu suba com você?
— Não precisa mãe, eu vou ficar bem.
— Mãe, mãe... Calma! Eu preciso que você fique tranquila e confie em mim.
— Ok, desculpe. Eu vou ficar mais uma noite na cidade e amanhã volto pra casa.
— Eu te ligo mais tarde.
— Se cuide querida.
— Você também.
Estou nervosa. Minhas mãos estão suando e é como se eu estivesse vivendo tudo isso pela primeira vez. É estranho ficar tanto tempo no hospital, ainda estou perdida nos dias.
A porta do elevador se abre e meu coração dispara.
— Cristian?
— Seja bem-vinda. — Ele vem em minha direção com um buquê de rosas brancas.

— São lindas!
— Eu tive que dar milhões de satisfações ao médico com relação a essas flores, mas eu não poderia te receber sem elas. Elas significam um novo começo.
— Obrigada, obrigada por tudo o que você tem feito por mim.
— Desculpe eu não poder ir até o hospital, mas precisei resolver algumas questões urgentes.
— Algum problema?
— Na verdade sim, mas não quero falar sobre isso agora.
— Esse apartamento é tão grande.
— Posso levar as flores, Senhorita Steele?
— Claro, por favor.
— Peça ao Taylor que leve as malas da Anastásia para o meu quarto, por favor.
— Eu.... Eu vou ficar no seu quarto? — Ele sorri.
— Onde pensou que iria ficar?
— Quarto de hospedes?
— Muito engraçada, Senhorita Steele. Como você está se sentindo?
— Estou me sentindo muito bem e feliz.
— Ótimo. Eu pedi para que trouxessem todos os vestidos para o apartamento para que você pudesse ficar mais confortável. — O casamento! Eu tinha esquecido.
— Cristian... — Eu sento. — Eu estive pensando.
— Sobre?
— No casamento. Eu ainda não apareci com você em nenhum evento de família.
— Está preocupada?
— Na verdade eu estou sim. Principalmente por você nunca ter aparecido com nenhuma mulher oficialmente em nenhum evento.
— Não tem que se preocupar com isso, Ana. Você está comigo agora e é isso que importa.
— Eu tento não me preocupar com essas coisas, mas eu não consigo.
— Ana, me escuta. Você é oficialmente a minha namorada e muito em breve será a minha esposa. — Meu coração dispara. — Eu sei que já falamos sobre isso, mas eu acho que esse momento é muito importante tanto para mim quanto para você. Você é a pessoa com quem eu quero ficar pelo resto da minha vida e justamente por esse motivo que eu quero que você se sinta perfeitamente segura ao meu lado. Meu coração sempre foi seu Ana, desde a primeira vez que eu te vi.
— Cristian...
— Eu preciso falar. — Ele respira fundo antes de continuar.
— Esse tempo todo que eu passei no hospital só serviu para ver o quanto você é incrível, forte e determinada. Você lutou muito para chegar onde chegou e eu estou muito orgulhoso de você. — As palavras não conseguem sair da minha boca. É como se eu estivesse completamente hipnotizada por ele e por essas palavras. Eu o amo, tanto que eu nem mesmo sei como.
— Eu te amo, Cristian. — Ele não controla as lagrimas assim como eu. O seu abraço é o meu porto segura, onde eu quero estar pelo resto da minha vida.